Pianista toca em sessões de clássicos de Chaplin neste fim de semana

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
09/03/2017 às 10:19.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:40

O cinema mudo nunca foi mudo de fato. Os filmes sempre foram acompanhados por orquestra ou pianista nas grandes salas de cinema, nos primeiros anos do século passado, experiência que está sendo resgatada pelo músico Ricardo Matosinho, dentro do projeto “CinECA”, do Espaço de Cultura e Arte.

Nesse sábado e domingo, Ricardo irá acompanhar ao piano a exibição de “Luzes da Cidade”, comédia com o eterno vagabundo Carlitos, lançada em 1931. “É uma maneira de reproduzir a forma como o filme deve visto, com trilha sonora ao vivo, já que não havia banda sonora na época”, explica.

O projeto começou em 2014, destacando justamente os filmes assinados por Charles Chaplin, um dos maiores comediantes da história do cinema mundial. “Com ‘Luzes da Cidade’, completamos o trabalho com os cinco longas-metragens mudos de Chaplin”, salienta Ricardo, fã confesso do ator e diretor inglês.

“Quando você faz um projeto como esse, a postura diante do filme passa a ser mais crítica, analisando as cenas, a duração, para entender como deve ser a música e depois sincronizar com as cenas. A música não é só para preencher um vazio. Ela dá o tom das cenas, se mais cômico ou dramático”, registra o pianista.

Improvisação
Na época do lançamento, detalha Ricardo, os filmes eram enviados pelas distribuidoras americanas com algumas indicações musicais, explicitando exatamente como deveria ser o tema. “Eles só indicavam como seria o tema. O resto era muito livre, dando muita liberdade para você improvisar”, destaca. 

Para o pianista, é imprescindível que o músico conheça o filme, para poder antecipar as cenas que virão. Especialmente no caso de Chaplin, as sequências são muito rápidas e há instantes que vão muito fácil do riso à emoção mais genuína. “A interação acontece o tempo todo. Por isso gosto de ter um monitor ao meu lado”.

Para quem não conhece o clássico de Chaplin, em que o personagem se apaixona por uma florista pobre e cega, o músico faz uma breve apresentação. 

Antes e depois da apresentação, o espaço dispõe de um cardápio de comidas e bebidas, ideal para aqueles que quiserem estender a experiência para um bate-papo.

Como o espaço é limitado a 40 pessoas, novas sessões deverão acontecer brevemente. A ideia também é realizar uma reapresentação rápida das outras obras de Chaplin. Ricardo pretende trabalhar ainda sobre os curtas-metragens de Chaplin, bem como a de um outro comediante famoso: Buster Keaton.

Serviço: “Luzes da Cidade”, com trilha sonora ao vivo. Neste sábado, às 20h, e domingo, às 19h, no ECA – Espaço de Cultura e Arte (rua Odilon Braga, 1190, Mangabeiras). Ingresso: R$ 20.

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