(Gustavo Jardim / Divulgação)
Para Tamires Diovana, de 14 anos, um universo de possibilidades foi aberto. Para Iago Nunes de Oliveira, de 15, a oportunidade ampliou seus conhecimentos sobre o que já praticava. Descobertas diferentes, mas experimentações similares. Estudantes de Sabará, os dois integraram o grupo de 60 jovens de sete escolas públicas que participou do programa “Imagens e Movimento” nos últimos dois meses.
A iniciativa visa dar aos alunos a oportunidade de realizar seus próprios filmes e pensar na arte cinematográfica como algo capaz de despertar e renovar valores. Agora, os frutos desses entendimentos serão exibidos na 1ª Mostra de Curtas – Imagens e Movimento, no Centro Cultural ArcelorMittal, na citada cidade da Grande BH.
O projeto integra o dispositivo pedagógico “Cinema, Cem Anos de Juventude”, da Cinemateca Francesa, que reúne cineastas, professores e estudantes de 11 países. No Brasil, a ação é desenvolvida há cinco anos. Com o tema “Trabalhar com a natureza e o clima dentro do filme”, esta foi pela primeira vez que um município mineiro foi contemplado.
Gustavo Jardim, um dos cineastas que ministrou as aulas, destaca o fato de a ação ser realizada em parceria com escolas, que, assim como o mundo cinematográfico, é lugar de criação. Além disso, se configurou como uma chance nem sempre acessível a estudantes das idades abarcadas, de 8 a 17 anos. “Somente mais tarde, provavelmente, eles iriam correr atrás de grandes filmes e não apenas do cinema de entretenimento. Por isso, temos uma educação artística por trás desse trabalho”, afirma.Gustavo Jardim / Divulgação Interpretação – Alunas atuam para um curta-metragem
Por meio de análise de fragmentos de filmes e produção audiovisual, os alunos puderam fazer desde o roteiro até a edição. “Essa abrangência gera uma abertura grande de participação, porque alguns irão se interessar mais por escrever, outros pela câmera, captação de som ou atuação”.
Aprendizado
Tamires, por exemplo, diz ter gostado mais da ideia de ser atriz. “Nunca tinha pensado em atuar e achei muito legal. Eu não sabia que me identificava com isso”, conta. Além da possibilidade de entrar para o mundo das artes cênicas, a experiência com os movimentos de câmera chamou a atenção da aluna. “Recomendo o projeto a todos que tiverem a oportunidade de participar (nas próximas edições). Desperta muito o nosso lado criativo”, diz.
Iago também gostou de saber mais sobre técnicas de filmagem. Fundador do canal no YouTube “Zoeira.com”, o estudante diz que aprendeu mais sobre foco, câmera, jeito de filmar, gravação e o modo de colocar as pessoas nos locais certos. “Já até filmei um vídeo depois disso para o meu canal”, conta. “Outra coisa que gostei foi a questão da coletividade, porque fizemos tudo em grupo. Foi muito eficaz neste sentido”, acrescenta.