Renegado bota os 'pecados' para fora

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
07/11/2015 às 09:34.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:23
 (Daryan Dornelles/DIVULGAÇÃO)

(Daryan Dornelles/DIVULGAÇÃO)

Os créditos podem ser depositados na conta de Da Luz. Ela é doméstica na casa de Flávio Renegado e, há quatro anos, foi quem deu a ideia de se criar um “oitavo pecado”, ponto de partida para o rapper mineiro conceber “Relatos de um Conflito Particular”, EP lançado pela Som Livre.

O show que Renegado fará hoje, durante a segunda edição do “Festival Sarará”, no Parque das Mangabeiras, e que terá ainda Seu Jorge, Bloco Baianas Ozadas e grupo Samba de Santa Clara entre as atrações, não é o do novo disco, mas o cantor promete algumas “surpresas”, deixando no ar que poderá adicionar músicas novas ao set list.

É a sua primeira apresentação na capital mineira após a “polêmica” gerada no “Criança Esperança”, em agosto, quando a música “Mundo Moderno”, presente no novo trabalho, ganhou muitas críticas nas redes sociais ao falar, na letra, sobre os “panelaços” contra o governo.

Fasf food

“Isso não me afronta. Para algo me amedrontar tem que ser muito malandro”, observa Renegado, que lamentou a falta de entendimento da letra, que, segundo ele, versa sobre a intolerância de hoje. “O pessoal não aprofunda, não busca entender. Prefere a informação fast food”, lamenta.

Ele considera o episódio como página virada e já trabalha na montagem do show baseado em “Relatos de um Conflito Particular”. Evidentemente que o assunto, de uma forma ou de outra, virá à tona, já que os temas musicais estão muito ligados a “um mundo doido demais”.

Da Luz sugeriu um novo pecado aos sete já existente, mas Renegado avaliou que acrescentar mais um não mudaria nada ao triste quadro de hoje: “A gente está se esquecendo cada vez mais do próximo, preferindo viver em frente à internet. Estamos virando máquinas”, desabafa.

Desperdício

Os pecados foram devidamente “divididos” por Renegado, ao convidar nomes como Chico Amaral, Makely Ka e Samuel Rosa para assinar as composições e fazer duetos. Com o vocalista do Skank, diz que “já estavam ensaiando uma parada juntos” há tempos. “Ele nem ouviu (a música) e respondeu ‘demorou!’”.

Uma das canções, “Para quê?”, fala da polarização política no Brasil. “Cara, isso é um grande desperdício. Temos que discutir o quê de fato é melhor para o país e não ficar tratando o outro como inimigo mortal porque é coxinha ou petralha”, analisa, todo sábio.

“Festival Sarará” – Hoje, das 14h às 22h, no Parque dos Mangabeiras. Ingressos: a partir de R$ 30 (meia).

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