Sinfônica executa a trilha sonora do clássico ‘Ganga Bruta’ ao vivo

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
10/06/2014 às 07:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:56
 (Cinédia)

(Cinédia)

Não é a primeira vez que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais executa a trilha sonora do clássico “Ganga Bruta” ao vivo. Há cerca de 20 anos, no mesmo Palácio das Artes que a receberá nesta terça (10) e  quarta-feira (11), a apresentação do filme de Humberto Mauro foi marcada por um episódio pitoresco, com a troca de rolos.

“Devido a uma película que arrebentou acabaram invertendo, com o assassinato aparecendo no início. Alguns dos integrantes mais antigos da Sinfônica imediatamente se lembraram do ocorrido, durante os ensaios”, destaca, divertido, o maestro Marcelo Ramos.

A “dívida” do Palácio das Artes com o pioneiro cineasta mineiro será paga com juros e correção monetária, já que Ramos supervisionou um importante trabalho de revisão da partitura original de Radamés Gnatalli, corrigindo erros gravíssimos que tornaram a obra “intocável”, segundo ele.

“Com os erros achados e corrigidos, alguns deles pela própria orquestra, a partitura de Radamés está completamente fiel ao filme”, assinala Ramos, que se diz orgulhoso de deixar esse trabalho para a posterioridade, permitindo que a obra possa ser mais tocada.

Pastiche

O regente define a composição como “um grande pastiche de estilos e melodias” em que, desassociada do filme, “não funciona muito devido à inserção de músicas já existentes”. Entre elas está a abertura de “1812”, de Tchaikovsky, para marcar a aceleração de um trem.

Lançado em 1933, “Ganga Bruta” acompanha a história de um homem que, após descobrir, na noite de núpcias, que sua esposa não era virgem, resolve matá-la.

Ramos registra que “a genialidade de Radamés foi transitar por estios completamente distintos e de forma rápida”, saindo, por exemplo, de uma valsa ao estilo de Ravel para uma música atonal e aleatória. “Essa mistura dá um certo humor ao filme, que é um drama de assassinato”.

“Ganga Bruta” Nesta terça (10) e quarta-feira (11), às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes. R$ 10 e R$ 5 (meia)

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