Stéphane San Juan lança no Brasil o álbum "Système de Son"

Cinthya Oliveira/Hoje em Dia
25/08/2014 às 08:13.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:55
 (Eduardo Martino)

(Eduardo Martino)

Os 12 anos de vivência no Brasil e o contato com prestigiados compositores da música popular brasileira foram fundamentais para que o baterista francês Stéphane San Juan se sentisse convidado novamente a compor. “Em 2007, quando estávamos fazendo o primeiro disco da Orquestra Imperial, o Wilson das Neves me pediu para escrever uma letra para uma melodia. Gravamos a canção e, a partir dali, voltei a compor, seja sozinho ou com amigos”, conta o músico europeu.

Quando reuniu um número satisfatório de composições, San Juan partiu para as gravações de “Système de Son” (Pommelo), seu primeiro trabalho autoral desenvolvido em território brasileiro.

Com participações de Tulipa Ruiz, do rapper libanês Clotaire K e de um número considerável de músicos destacados (Pedro Sá, Kassin, Alberto Continentino, Donatinho, Gustavo Ruiz e muitos outros), o disco traz um misto de sonoridades apreendidas em diversos países pelos quais o baterista passou. Mas o grande diferencial é que San Juan – sempre escondidinho no fundo do palco, atrás da bateria – aqui se mostra dono de uma bela voz, entoando canções em sua língua pátria.

“Sempre fiz minhas músicas, mas não levava isso muito a sério. Na França, trabalhava em projetos autorais e, quando me mudei para Londres, passei a me concentrar apenas no trabalho como baterista. Mas quando vim para o Brasil, voltou o desejo de escrever. Aqui conheci Domenico e Wilson das Neves, que também são bateristas e que também apostaram no lado compositor e cantor”, afirma.

Adaptado

No Brasil, Stéphane San Juan encontrou oportunidades incríveis de trabalho (tocou com Vanessa da Mata, Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Zélia Duncan etc), mas também foi onde experimentou uma maior liberdade de linguagem. “O Brasil é um país muito grande, com muitas culturas, e pude fazer muitas descobertas. Isso realmente abriu a minha cabeça”, afirma. “Aqui há muito lugar para a espontaneidade, me soltei no Brasil. Na Europa, em geral, as pessoas têm medo de serem criticadas antes mesmo de fazer”.

Filho de argelino de sangue espanhol e de vietnamita de ascendência alemã, San Juan cresceu em meio à multiplicidade cultural e sempre se interessou por pessoas de todas as partes do mundo. No Brasil, pôde vivenciar a pluralidade que sempre lhe encantou. “O dia a dia aqui me lembra costumes da minha família. Algo que vai do jeito com que se cozinha à maneira de se contar uma história. Coisas básicas vividas no Brasil me lembram a família do meu pai”.

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