'Star Wars: Os Últimos Jedi' se equilibra entre tradição e novidade

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
13/12/2017 às 18:44.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:13
 (DISNEY/DIVULGAÇÃO)

(DISNEY/DIVULGAÇÃO)

Em trilogias, o filme do meio geralmente é o mais questionado, por servir como mera ponte entre a apresentação ocorrida na primeira parte e o desfecho grandioso do último capítulo. Com a franquia “Star Wars”, porém, o segundo longa reserva alguns dos melhores momentos.

Foi assim com “O Império Contra-Ataca”, em 1980, pertencente à primeira tríade da série, e parece estar acontecendo o mesmo com “Star Wars: Os Últimos Jedi”, que estreia hoje no Brasil. A recepção da crítica tem variado entre o “bom” e o “ótimo”, principalmente pelas ambiguidades em que o filme está envolto.

“Há um jogo cujo verdadeiro propósito é instaurar uma ponte entre a luz e a sombra, criando um espaço intermediário, ideal para a instalação de uma densidade psicológica e emocional pouco vista na saga”, observa o crítico de cinema Marcelo Müller, do site Papo de Cinema.

Ele lembra que, no universo de “Star Wars”, os acontecimentos sempre foram dicotômicos, a começar pela luta entre os lados bom e negro da Força. “Antes de tudo, a abordagem de Rian Johnson (diretor) é passível de celebração, justamente porque, a partir deste capítulo, os arranjos tendem a não serem como antes, instaurando uma bem-vinda área cinzenta”.

Na Disney, dona da marca “Star Wars”, a Força também está em desequilíbrio após as demissões dos diretores de “Han Solo” e “Star Wars 9”, os próximos filmes da franquia

Alysson Oliveira, do site Cineweb, também salienta que uma das grandes qualidades de “Os Últimos Jedi” é a capacidade de criar personagens com nuances que vão além da ideia de serem apenas bons ou maus, especialmente no caso de Rey e Kylo, personagens que nos fazem criar boas expectativas para a última parte desta trilogia, prevista para chegar às telas em 2019.

Equilíbrio

Para Müller, estas mudanças são fundamentais para alinhar uma das franquias mais importantes do cinema aos novos tempos, alcançando um “fino equilíbrio” entre ação e drama, “algo raro em blockbusters”.

Para quem não viu o filme anterior, “O Despertar da Força”, lançado em 2015, “Os Últimos Jedi” começa onde o primeiro terminou: o encontro da jovem Rey (Daisy Ridley) com o recluso jedi Luke Skywalker (Mark Hammil). Como em “Guerra nas Estrelas”, de 1977, o mestre passará tudo que sabe para a aprendiz enfrentar o maléfico Kylo Ren (Adam Driver).

O crítico Edu Fernandes destaca que o filme se descola um tanto de seu passado com a ambição de se reinventar. “O que não quer dizer que negue seu legado. Ele até traz aquelas referências tão queridas aos fãs, mas assume uma pegada niilista. A guinada é necessária tanto para atrair fãs mais jovens como para evitar a sensação de repetição que ‘O Despertar da Força’ deixa no ar”, analisa Fernandes.

Oliveira também observa que há um conflito entre a tradição e a novidade, tanto na trama quanto no filme em si. “É a mesma velha história dos outros filmes da série reciclada pela enésima vez. O diretor até parece querer levar os personagens para novos lugares, mas existe um peso da tradição que o prende”, pondera.

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