Superada a depressão que teve após as filmagens, Deborah Secco agradece seu personagem em Boa sorte

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
17/11/2014 às 08:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:02
 (FOTOS IMAGEM/ Filmes DIVULGAÇÃO)

(FOTOS IMAGEM/ Filmes DIVULGAÇÃO)

Judite transformou a vida de Deborah Secco. Depois de sair das filmagens de “Boa Sorte” e se internar devido a uma forte depressão, a atriz agradece à personagem por encontrar o “real motivo em continuar vivendo”.   Em entrevista ao Hoje em Dia, Deborah explica que a perspectiva de vida de Judite, uma portadora de HIV que busca desfrutar com intensidade o presente, provocou-lhe uma grande transformação na forma de encarar as coisas.   “Com ela, eu descobri a minha condição de mortal. Por isso fiquei muito mal e me internei. A vida perdeu um pouco de sentido. Depois de entender o que aconteceu, quero ser feliz agora”, registra Deborah.   MATURIDADE   Ela não tem dúvidas de que o filme, com estreia quinta-feira nos cinemas, é um marco em sua carreira. “Já buscava isso há algum tempo. Fico feliz por ter chegado na hora certa, agora que tenho uma maturidade e uma calma maior”.   Antes, tinha contra ela a sua beleza, com os diretores convidando-a apenas para protagonizar histórias como uma beldade. “É difícil criar uma leitura diferente do que você já fez, do que já deu certo”, confessa Deborah.   Essa sina começou a mudar com “Bruna Surfistinha”, em que interpreta o papel-título. “A personagem começa feia e renegada. Eu consegui trazer uma característica nova e isso gerou curiosidade, possibilitando a Judite”.   No novo filme, dirigido por Carolina Jabor (filha do comentarista político e cineasta Arnaldo Jabor), baseado no conto “Frontal com Fanta”, de Jorge Furtado, Judite está internada num hospital psiquiátrico quando chega o jovem João.   CONSULTA   Os dois se relacionam e, como a personagem de Angelina Jolie em “Garota, Interrompida” (1999), Judite ajuda o tímido rapaz a se familiarizar com o ambiente e a compreender as razões de estar naquele lugar. O adolescente havia sido internado pela família, após uma série de problemas comportamentais.    Para tornar sua personagem verossímil, Deborah contou com a ajuda do médico David Lippi, importante infectologista de São Paulo. Ela queria saber o que mudava no paciente quando era informado que tinha contraído o vírus da Aids.   “Eles não lutam com a vida, pois ela está perdida desde quando nascemos. Têm consciência de sua finitude e uma força serena, de aceitação. Foi exatamente o que embuti em Judite, preparando-a para aceitar aquilo que é da vida”, registra.   A diretora Carolina Jabor somou outras informações. “Queria uma personagem viva, com uma energia muito solar”, descreve a atriz, que, de nenhuma maneira, queria que os espectadores tivessem pena de Judite.   Filme mostra o amor como fonte de vida e a hipocrisia da sociedade   Deborah Secco define “Boa Sorte” como uma história de amor. Para a atriz, para enfrentar a morte, a única alternativa é a vida, representada pelo amor. “O amor mantém os dois vivos, fazendo-os crescer”.   Outra leitura é a respeito da hipocrisia da sociedade. “O filme trata de temas muitos reais, como a questão das drogas lícitas e o preconceito sofrido pela mulher ao se relacionar com alguém mais jovem”.   Mas ela enfatiza que esses assuntos são abordados de forma leve, sem se tornar burocrático ou chato. Esse ar de despreten-são é fruto da participação de Pedro Furtado (filho de Jorge) na elaboração do roteiro.   SANFONA   Depois de emagrecer 11 quilos em 45 dias para compor Judite, Deborah fez o caminho inverso em “A Estrada do Diabo”: engordou 14 quilos para o filme de André Moraes, irmão de seu então namorado (o ator Bruno Torres).   “Não é saudável, isso posso garantir. Esse trabalho foi feito com responsabilidade e acompanhamento médico. Queria muito, como artista, disponibilizar meu corpo para os personagens”, salienta.   “Vieram essas duas oportunidades únicas e topei imaginando que seriam a minha última oportunidade”, destaca Deborah, que está no ar na novela “Boogie Oogie”, na Rede Globo, como a aeromoça Inês. 

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