Tatiana Blass discute a comunicação e suas dificuldades com exposição em BH

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
05/03/2018 às 17:41.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:42
 (Tatiana Blass/Divulgação)

(Tatiana Blass/Divulgação)

Mais de 20 obras, entre quadros, vídeos, esculturas e intervenções, compõem o universo que a artista plástica Tatiana Blass constrói em “Vitrine_Algodão: boneco sem descanso”, exposição que fica em cartaz até o dia 7 de abril, na Celma Albuquerque Galeria de Arte.

A artista paulista, que vive há três anos em Belo Horizonte, destaca que a intenção é causar um olhar de estranhamento a partir das obras. “Sempre tem essa vontade de criar um mundo de ficção que traga um deslocamento, uma reflexão poética sobre uma realidade que não só a nossa cotidiana, que é pouco do próprio lugar da arte”, pontua.

O trabalho de Blass tem como objetivo colocar em pauta a dificuldade de comunicação e o consequente desentendimento na compreensão. “Em todas as pinturas, por exemplo, as figuras são bastante camufladas, quase como fantasmas, evidenciando esse corpo em desaparecimento para provocar um olhar demorado”, explica ela, que ressalta a presença do tema em sua trajetória. “Essa dificuldade é presente em diversos trabalhos que eu fiz, dessa relação entre as figuras que estão sempre tentando dizer algo que está sempre incompleto, indireto”, acrescenta.

Mas para além das telas – feitas em algodão cru e vidro – a exposição, a primeira individual de Blass feita na galeria, traz também uma forte relação com o espaço. “São duas intervenções, uma na vitrine, com dois manequins feitos de cera que se desfazem lentamente com o calor provocado por refletores de luz e sapatos de salto enterrados no chão de cimento”, conta. “No caso dessas obras, se aproveita uma situação especial da galeria, que permite que quem passe por lá, veja a arte de fora. Quis fazer essa relação com a rua mesmo”, acrescenta.

Além das obras, Blass apresenta também a série “Desprofissão”, composta por três vídeos gravados em Belo Horizonte. “São três trabalhadores: uma manicure, um lavador de carros e um pichador, que fazem suas atividades de forma contrária”

Serviço: “Vitrine_Algodão”, de Tatiana Blass, na Celma Albuquerque Galeria de Arte (Rua Antonio de Albuquerque 885 – Savassi), até 7 de abril.

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