Contra a corrente, FID inaugura 16 anos de inventatividade

Miguel Anunciação - Do Hoje em Dia
26/10/2012 às 06:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:34
 (Paulo Lacerda/Divulgação)

(Paulo Lacerda/Divulgação)

“Seguindo em frente contra a corrente” é a frase-guia da 16ª edição do Fórum Internacional de Dança (FID/2012), que inicia nesta sexta-feira (26) com dois programas: “Piracema”, da Lia Rodrigues Cia de Dança/RJ, uma das mais prestigiadas na dança contemporânea do país, no Teatro Oi Futuro/Klauss Vianna; e “Espaço Para Dança”, solo em que a bailarina mineira Cris Oliveira convida transeuntes da Praça Bernardino de Lima, de Nova Lima, a intervir decisivamente no seu trabalho. Propor a ela contextos e circunstâncias, como se fossem seus parceiros e estivessem dispostos a colaborar.

Sugestivos, os programas de abertura da grade de espetáculos fornecem ideia de como o FID pôde consolidar sua importância em 16 anos de atividade: é uma das mais respeitadas plataformas de promoção da dança no país, uma das datas mais aguardadas do calendário artístico da cidade. O que não lhe garante um lugar muito privilegiado na requisição de recursos para produzir. Daí a labuta “contra a corrente”.

A antiga luta por recursos e pelo reconhecimento merecido não impediu a coordenação do evento de articular uma edição respeitável. Este ano, escala 13 espetáculos, sendo cinco deles internacionais, que serão exibidos até 4 de novembro em sete espaços fechados e um ao ar livre. Não deixe de conferir.

SUPORTE EXTERNO

A cada novo ciclo que elabora uma edição, o FID praticamente começaria do zero. Sem qualquer perspectiva ou promessa de apoio das fontes de recursos públicos à cultura. Pior ainda teve que enfrentar ao se preparar para esta edição: o caixa da Tapioca, produtora do FID, teve que honrar R$ 400 mil negativos. O suporte emprestado por órgãos públicos de cultura de outros países, o patrocínio direto da Caixa, o de Cemig e Oi Futuro, realizado através das leis, mais os incentivos da Funarte às quatro sedes de festivais da dança, possibilitaram que o FID fosse articulado novamente. E agora chegasse ao público local.

Amparada por R$ 910 mil, esta edição torna a oferecer programas com acesso grátis (como o solo desta sexta e as exibições da FIDoteca) e valores bastante em conta para os ingressos nos locais fechados: somente R$ 4 e R$ 2 (meia-entrada). Pautada pelo atrevimento de costume, que gerou divergências de natureza estética em boa parte do público, a programação mescla qualidade e diversidade. O gosto em oferecer propostas pouco convencionais, muito experimentais, e criadores consistentes.

NÃO À MESMICE

“Nunca subestimamos o público”, diz Adriana Banana, criadora e curadora. “Nunca foi nosso interesse trazer trabalhos para lotar os lugares. Nos preocupamos em informar sobre o que existiria de mais novo, de mais estimulante, que apresentasse uma perspectiva diferente, que saísse da mesmice”, reforça a coreógrafa e pensadora. Mais informações no Roteiro e pelo www.fid.com.br.

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