Mostra Benjamin de Oliveira destaca os talentos negros

Miguel Anunciação - Do Portal HD
08/11/2012 às 12:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:01
 (Leco Souza/Divulgação)

(Leco Souza/Divulgação)

Alguém duvida que "Besouro Cordão de Ouro" é um clássico do teatro nacional? A admirável carreira do musical sobre o valente capoeirista baiano (em cartaz há sete anos, viajando pelo Brasil, acima e abaixo), eliminaria qualquer dúvida – se alguma pudesse persistir. Pois é este belo sucesso de público e crítica quem vem abrir a Mostra Benjamin de Oliveira, que escala 21 programas de artes cênicas, entre espetáculos e oficinas, durante cinco meses. Desta quinta-feira (8) até março de 2013, na Funarte MG, na Floresta.

Escrito e musicado pelo poeta carioca Paulo César Pinheiro, um dos maiores letristas que a MPB já pôde contar, e dirigido admiravelmente por João das Neves, carioca radicado há muitos anos em Minas, o espetáculo retorna à cidade para só quatro sessões. Não se permita não (re)vê-lo.

Embora já tenha modificado seu vasto e notável elenco de atores/cantores, em virtude da imprevista duração de carreira, dois mineiros permanecem entre os protagonistas: Sérgio Pererê e Maurício Tizumba, o artista de tantos talentos que propôs a mostra e superou seis concorrentes ao edital de ocupação da Funarte.

Negros

É o espaço que Tizumba vinha sonhando dispor. Onde incluir os elogiados espetáculos que ele mesmo participa (são quatro: "Besouro", "Galanga Chico Rei", "O Negro, a Flor e o Rosário" e "Oratório, a Saga de Dom Quixote", todos musicais) e os espetáculos (de teatro e dança) e oficinas de amigos, gente talentosa que tem dificuldade em encontrar reconhecimento, em parte pela cor da pele.

"Acredita que já tem muita gente me enchendo o saco com essa história de que tem muito negro nesta mostra? Mas se é uma mostra em homenagem ao negro Benjamin de Oliveira, nem poderia ser diferente. Então, respondo que na próxima mostra Benjamin só terá louros", brinca Tizumba, que em 40 anos de carreira como cantor, compositor, ator e congadeiro se tornou um dos artistas negros de mais evidência em Minas. Dos mais estimados também.

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