Peça ‘Até que Aurora nos prepare’ discute a transitoriedade da vida

Pedro Artur - Hoje em Dia
23/07/2014 às 08:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:29
 (Bianca de Sá)

(Bianca de Sá)

O ser humano já nasce na corda bamba, tal qual um equilibrista: o eterno lidar com a transitoriedade que paira sobre todos nós. E é refletindo sobre a inquietude inerente à vida que a companhia belo-horizontina Três Calados fez seu debut nos palcos com a peça “Até Que a Aurora nos Prepare”, que cumpre nova temporada de quinta (24) a domingo (27), no palco da Funarte MG. “A gente chegou nesse processo inverso de tratar da morte para afirmar a vida, esse viver virtuosamente”, registra o ator Fabiano Galdino, que divide o palco com Daniela Ramos Garcia e Libéria Neves.

No processo de feitura do espetáculo, cuja direção foi entregue a Lucélia Saturnino, o grupo buscou inspiração nos apontamentos filosóficos do francês André Comte-Sponville – mais especificamente, na obra “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”. Daí desembocaram na literatura dos mineiros Murilo Rubião (no conto “O Pirotécnico Zacarias”) e Carlos Drummond de Andrade (com a crônica “Flor, Telefone, Moça”).

“Fomos buscar ‘a imagem’ que tratasse desse tema, e chegamos ao realismo fantástico de Rubião e ao texto de Drummond. Foram essas reflexões transversais desses artistas que viabilizaram a montagem do espetáculo”, frisa Galdino. A peça trata dos encontros e desencontros entre Oswaldo e Analeta, narrados sob a perspectiva da onipresente Aurora.

Após um hiato de dois anos, a Três Calados retoma as atividades já pensando em um novo trabalho (para o próximo ano). Mas, claro, a hora é de “esgotar” o espetáculo atual. “É importante ver o feedback do público e da crítica”, explica o ator. Vale lembrar que o grupo tem uma característica bastante peculiar: é formado por “não atores profissionais”, isto é, profissionais de outras áreas acadêmicas. Galdino é publicitário, Daniela Ramos, filósofa e Libéria Neves, psicóloga.

 

“Até que Aurora nos Prepare”
Cia Três Calados.
De quinta a sábado, às 20h, e domingo (27), 19h. Na Funarte MG (rua Januária, 68, Floresta). Ingressos: R$10 e R$5 (meia)

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