Texto do grupo Olho Nu ironiza descaso com a mobilidade

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
30/01/2015 às 08:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:50
 (Guto Muniz)

(Guto Muniz)

O descaso dos governos com a malha ferroviária do país serviu de inspiração para a criação do espetáculo “Parada do Trem”, do grupo Olho Nu. A montagem – que entra em cartaz hoje pela Campanha de Popularização do Teatro e da Dança e segue até março – tem direção, texto e iluminação de Geraldo Octaviano.
Natural de Corinto, região Central de Minas, Octaviano guarda na memória lembranças do ‘Trem do Sertão”, que partia de Belo Horizonte rumo a Monte Azul. “Com a privatização das ferrovias, os trens acabaram e o caos se instalou”, comenta.
Essa realidade, somada ao grande problema de mobilidade nos grandes centros, levou diretor e elenco a uma viagem de um mês por cidades que abrigavam estações para colher histórias. “Conversamos com moradores, caixeiros viajantes, vendedores ambulantes e outros”, detalha o diretor.
Os relatos compõem a dramaturgia, que também dialoga com outros textos como “Tu Não Te Moves de Ti”, da poeta Hilda Hilst, e “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar. O diretor afirma que se apoiou na dramaturgia do alemão Bertolt Brecht para dar o tom do espetáculo. “Além de saudosista, ela traz um viés crítico. Nos utilizamos do humor para provocar a reflexão no público”, explica Octaviano, neto de agente ferroviário.
PARADA DO TREM. Funarte MG (rua Januária, 68, Floresta).
Até 8/3 (exceto de 12 a 15/2).
De quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h.
R$ 10 (postos Sinparc)

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