'Todos os Musicais de Chico Buarque' tem sessões neste sábado e domingo em BH

Thais Oliveira - Hoje em Dia
19/03/2016 às 08:14.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:11
 (Divulgação)

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Há alguns anos o teatro brasileiro vem sendo movimentado por uma série de musicais, que recorrem com frequência ao modelo biográfico. Por isso, logo que o espetáculo “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos” foi divulgado, a associação com o estilo foi quase imediata – mas equivocada.
 
“Não se fala em nenhum momento (em cena) as palavras ‘Chico Buarque’. Não gostamos de musicais biográficos, porque achamos isso uma coisa oportunista”, polemiza o diretor Cláudio Botelho. Ele explica que essa é uma homenagem à obra do artista brasileiro. Na terceira temporada, a peça fica em cartaz neste sábado (19) e domingo (20), no Sesc Palladium.
 
Compartilhando a direção com Charles Möeller, Botelho faz ainda parte do elenco na liderança de uma trupe teatral. Acostumado a ficar mais nos bastidores, nascido em Araguari, ele conta que essa será a primeira vez que subirá em um palco mineiro. “Estou ansioso para me apresentar aí”, confessa.
 
O musical não possui falas. A história é contada por meio das canções de Chico feitas especialmente para o teatro e o cinema brasileiro. Ao todo, 40 músicas se encarregam da missão. Entre as feitas para o teatro, estão “Geni e Zepelim” e “Folhetim”, de “Ópera do Malandro” (1978), e “Teresinha”, de “Calabar” (1973). A canção “Roda Viva” (1967), que integrou o polêmico e censurado espetáculo homônimo, também entrou no roteiro. Compostas para o cinema, estão “Eu Te Amo” (1981), do filme de mesmo nome; e “Flor da Idade”, de “Vai Trabalhar Vagabundo” (1973), entre outras.
 
Paixão antiga

Em dobradinha também com Möeller, Botelho já tinha trabalhado com a obra de Chico para os musicais “Ópera do Malandro”, “Suburbano Coração” e “Na Bagunça do Teu Coração”.

A paixão do diretor por Chico, contudo, antecede qualquer ofício. “Aos 13 anos, fui à casa de um tio, no interior de Minas, e ele colocou para tocar o disco ‘Meus Caros Amigos’ e minha vida mudou. Entendi o que era música”.
 
A primeira canção escutada pelo mineiro foi “O Que Será”, que estava no auge por causa do filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976). “Desde então, me considero quase um especialista da obra de Chico, especialmente a teatral. Tanto que, para esse espetáculo, recuperei uma canção inédita, chamada ‘Invicta’, feita para Fernanda Montenegro, nunca antes gravada, para a peça ‘Suburbano Coração’”, destaca. “Essa música está agora no disco duplo que gravamos da peça”, diz.
 
O CD tem o selo da Biscoito Fino, com as versões apresentadas no musical. Tudo, claro, teve o aval do homenageado. “Ele assistiu ao musical e adorou. Só pediu para retirar dois trechos de ‘Pedaço de Mim’ e ‘Bárbara’. Dessa última ficamos só com o refrão, pois ele disse que não representam mais o seu trabalho”. “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”.
 
Serviço
 
Sábado (19), às 21h, e domingo (20), às 19h, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046). Ingressos de R$ 25 a R$ 100. Informações: 3270-8100.
 

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