Trio Chacoalha traz atrações como Liniker, Zimun e Veronez ao carnaval de BH

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
09/02/2018 às 18:38.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:15
 (Leila Penteado/Divulgação)

(Leila Penteado/Divulgação)

Com todo o respeito a Dodô e Osmar, foi-se o tempo em que o trio elétrico era uma exclusividade do axé. Hoje, sobem aos trios artistas, bandas e DJs dos mais variados gêneros musicais. Em Belo Horizonte, com a expansão do carnaval de rua, o formato tem se popularizado entre os blocos e festas grandes. Nessa esteira, o Trio Chacoalha surgiu com destaque no ano passado, levando à região central um desfile carnavalesco composto por bandas autorais. 

O projeto realiza amanhã sua segunda edição. O bloco se concentra na Praça Sete, a partir das 11h, e passa pela avenida Afonso Pena, entre as ruas São Paulo e Espírito Santo, seguindo até a avenida Amazonas, onde encerra por volta de 19h30. Desta vez, o line-up conta com Liniker e os Caramelows (SP) e os mineiros Zimun, Marcelo Veronez, Lamparina e a Primavera, Orquestra Royal e DJ Mari.

A proposta do Trio Chacoalha se conecta com a história do renascimento do carnaval de rua em BH, na busca por ressignificar o espaço público com cultura e estabelecer elos afetivos entre as pessoas e a cidade. “Existem muitas narrativas possíveis da retomada do carnaval. Pelo nosso ponto de vista, as bandas da cidade tiveram um papel muito importante nesse processo. Infelizmente, isso não impactou significativamente nas carreiras desses grupos”, explica Victor Diniz, da Híbrido, produtora do evento. “Desde 2011, a gente tem buscado maneiras de potencializar o trabalho autoral dos artistas envolvidos com a folia na capital”, completa.

Diniz conta que a curadoria buscou montar uma programação que fosse diversa, dançante e política, assim como o carnaval de rua da capital. “A Liniker representa muito bem esse desejo e esperamos um show histórico dela”, afirma. “Para escolher as atrações locais, buscamos priorizar artistas com projetos recém-lançados (Zimun e Veronez) e bandas com relação intensa com o carnaval de rua (Orquestra Royal e Veronez novamente). Queríamos também uma novidade da cena, caso da Lamparina e Bicicleta. Outro ponto é não repetir nenhuma banda do ano passado”, explica.

O produtor fala, ainda, sobre as novidades com relação à última edição do evento. “Ano passado tivemos dois dias no final de semana pré-carnaval, esse ano sairemos na terça-feira. Essa mudança deve aumentar a presença do público e também a empolgação dos foliões”, afirma. “Outra novidade é que desse vez teremos uma banda representando as marchinhas feitas na cidade, um ótimo exemplo de como o talento dos artistas de BH ajuda a dar personalidade ao nosso carnaval”, diz.

‘Festa preta’

Para Liniker Barros, o carnaval ainda é um espaço importante de transformação social, mesmo com as mudanças de caráter da festa. “O carnaval é uma festa preta, que veio dos morros. É claro que houve uma elitização da festa, por isso é importante mantermos as raízes, termos locais e movimentações que acrescentem o componente político ao glitter e à folia”, defende. 

Segundo a cantora, é muito especial retornar a BH com um show em clima de carnaval. “Faz alguns anos que ouço bastante sobre a folia de BH. É bastante simbólico ser um carnaval de rua e a gente fazer parte da programação, porque temos que ocupar esses lugares com cultura e diversidade”, afirma, instigando o público mineiro. “Vamos mostrar músicas de ‘Remonta’, o trabalho que estamos rodando o Brasil e o mundo. Em 2018, vamos lançar um disco novo e logo vêm outras músicas por aí. Quem sabe não pinta novidade no repertório”, sugere. 

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