Um dos melhores comediantes do cinema, Jerry Lewis completa nesta quarta 90 anos

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
16/03/2016 às 07:54.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:49
 (Divulgação)

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Pelo menos para aquela geração que cresceu diante da TV, vendo os filmes da “Sessão da Tarde” após chegar da escola, ele continua insuperável na arte de provocar risos. Se a simples menção de títulos como “Bancando a Ama-Seca” e “O Professor Aloprado” – hoje clássicos da comédia mundial – ainda não for suficiente para remeter à Joseph Levitch, basta dizer Jerry Lewis.

Aí logo vêm à mente cenas impagáveis, como o momento em que, ingenuamente, ele acredita que um leão é um dócil gatinho. Esse judeu americano sabia como ninguém fazer as mais variadas caretas e aparentava ter um corpo de elástico. Nesta quarta-feira (16), Lewis completa 90 anos.

A sequência pertence ao filme “O Terror das Mulheres” (1961), um de seus melhores trabalhos, em que interpreta um rapaz virginal, atrapalhado e de coração de ouro, amedrontado ao notar que um emprego conseguido na noite anterior era num pensionato só de mulheres. E numa época em que feminismo não era a palavra da moda.

Nesse filme, dirigido pelo próprio Lewis, ele amplia essa sensação de vulnerabilidade a partir de um prédio de vários andares, com o personagem se tornando ainda menor diante do mundo que o rodeia. Essa é uma das características do comediante nos filmes. Mas ele sempre consegue superar com sua credulidade no ser humano.

Não é a toa que, no início da carreira, Lewis tinha como parceiro o cantor Dean Martin, que encarnava o tipo charmoso, inteligente e malandro. Era uma forma de equilibrar essas forças numa sociedade cada vez mais competitiva e capitalista – outro ingrediente caro aos longas do ator.

Errado pra cachorro

A parceria começou em 1949, com “O Amigo da Onça”, e prosseguiu até “Ou Vai ou Racha”, de 1956, totalizando 15 longas bem-sucedidos. Com o maior destaque do lado “palhaço” da dupla, Martin preferiu investir na carreira solo e Lewis passou a ter mais liberdade em seus roteiros, iniciando o que, para muitos, foi a sua fase áurea.

Ele convocou o diretor Frank Tashlin, que já havia assinado “Artistas e Modelos” e “Ou Vai ou Racha”, e passou, a cada novo trabalho, a ampliar suas habilidades cômicas. A nova dupla realizou, entre outros, “Bancando a Ama-Seca” (1958) e “Errado pra Cachorro” (1963). Neste filme, ele enfrenta a resistência da família da namorada abastada e, sem perceber as intenções dos pais da moça, aceita trabalhar na loja de departamentos deles, sendo seguidamente humilhado. Mas, em se tratando de Jerry Lewis, a gente já pode imaginar quem saiu mais prejudicado nessa “briga de classes”.

As fortes dores na costas e o vício em analgésicos abreviaram, a partir da década de 70, a jornada de Lewis nas telonas, resumida a poucas participações – entre elas, no brasileiro “Até que a Sorte nos Separe 2”. Mas seus filmes continuarão influenciando gerações e sendo sinônimos de gargalhadas garantidas.
 

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