Um mergulho no tsunami criativo de Marcelo Xavier

Elemara Duarte - Hoje em Dia
14/02/2014 às 06:54.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:01
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Entre mais de 80 crônicas publicadas semanalmente neste jornal durante aproximadamente um ano e meio, Marcelo Xavier escolheu 31 para a coletânea “A Cara da Rua e Outras Crônicas” (Editora Saraiva). O artista plástico, ilustrador, poeta – e, agora, consolidadamente, cronista – recebe seus leitores para autografar o lançamento sábado (15), às 10h30, na Livraria Asa de Papel (Rua Piauí, 631, Santa Efigênia).

O livro marca a primeira investida do escritor no jornal diário. “Sempre corri de compromisso assim”, admite Xavier. Ele correu, mas não teve jeito. Aos 60 e poucos anos, o jornalismo conseguiu alcançá-lo.

Agora, aos 64, com este livro, ele tem a confirmação de que realmente foi melhor encarar a oportunidade cara a cara. Tanto melhor quanto especial: “É uma experiência maravilhosa!”, admite, enfim.

Fresquinha

Cada crônica semanal tem inspiração diária. Nada é “de gaveta”. “É tudo fresquinho. Saído do forno que nem pão de queijo”, compara, enquanto termina de abocanhar o dito cujo, junto de um cafezinho.

A “fornada” de Xavier sai toda terça-feira no caderno Minas. A crônica que dá título ao livro, “A cara da rua”, foi degustada no dia 26 de junho de 2012, uma das primeiras produções.

No texto, o cronista parece revelar a receita para um olhar especial diante das ruas, do mundo. Afinal, a crônica, por essência, mistura esta visão “esperta” com ingredientes poderosos como a literatura e o jornalismo.

Cara da Rua

Xavier situa o alvo da vez: A rua. Desde o século 18, com “mulheres de vestidos longos e homens de terno e chapéu”. Até a virada da moeda dos costumes, nos anos 1960, com os “automóveis coloridos, mulheres de minissaia e homens sem terno e sem chapéu”.

E desafia: “E agora, na segunda década do século 21, qual é a cara da rua? Talvez você não saiba responder. É que ela passa, todos os dias, no seu nariz e você não a vê”.

Nos tempos atuais, o cronista destaca “mulheres se equilibrando em agulhas altíssimas”, mas também – quem diria? – o boom das bermudas masculinas “alucinógenas”. Quem notaria a parte de baixo da vestimenta dos homens? Resposta: o cronista.

E haja história nisso. Conforme o texto, o “tsunami criativo” das bermudas coloridonas chega às blusas e às tatuagens e tomam conta daquelas ruas para onde o cronista volta o olhar – e tira inspiração.
Sem deixar de lado a praia profissional de origem, para cada crônica Xavier preparou uma ilustração. A bermuda está em uma delas. Mais discreta, em preto e branco, na capa do livro. Talvez um convite para que o leitor prove, um pouco, da atividade do cronista e veja as belas e intrigantes cores da vida com o seu próprio olhar.

Um mineiro de Ipanema

Marcelo Xavier, mineiro de Ipanema (região do Vale do Rio Doce), é publicitário por formação e artista plástico autodidata. Desde 1986, desenvolve trabalho com ilustração tridimensional, no qual personagens e objetos de cena são moldados em massa plástica, montados em pequenos cenários e fotografados.

Seus livros infantis receberam prêmios como o Jabuti, da Associação Brasileira de Escritores e da Associação Paulista dos Críticos de Arte. Para os adultos, lançou, em 2008, o livro “Caderno de Desenhos”. Em 2011, a vez das poesias “Tempo Todo” (Editora Asa de Papel). 

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