Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum em dose dupla, no Inhotim

Thais Oliveira - Hoje em Dia
02/10/2015 às 07:39.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:55
 (Cristina Granato)

(Cristina Granato)

Final de semana de homenagens. Enquanto Rogério Flausino e Sideral se debruçam sobre a obra de Cazuza e Focus Companhia de Dança sobre a de Roberto Carlos, Zélia Duncan e Jaques Morelenbaum explicitam sua devoção a Milton Nascimento em um cenário idílico: Inhotim (sábado e domingo, às 15h).

Verdade seja dita: prestar um tributo a Bituca é uma responsabilidade e tanto. Porém, os dois se lançaram a um desafio ainda maior: repassar o repertório de Milton em recital no formato voz e violoncelo. A ideia, na verdade, veio do produtor André Midani, idealizador do projeto “Inusitado”. “Nele, os convidados tinham que sair da área de conforto e apresentar um espetáculo novo, inusitado, como sugere o nome do projeto”, conta Morelenbaum.

Além das músicas compostas por Milton (“Ponta de Areia”, “San Vicente”, “Cravo & Canela”...), o repertório do show de Jaques & Duncan abarca composições gravadas por ele, como “O Que Será” (“À Flor da Pele”), de Chico Buarque, e “Beijo Partido”, de Toninho Horta. “Somos dois ‘Miltonmaníacos’”, exclama o músico, para quem a montagem do repertório foi até fácil, posto “que os títulos vinham naturalmente às memórias e cada um foi sugerindo uma canção”. Listadas 30, a parte mais intrincada: limar algumas, “já que o espetáculo precisava ter um tempo agradável”.

Aval de peso

Morelenbaum lembra que já teve uma experiência com Caetano Veloso e Gal Costa de tocar no formato voz e cello, mas nunca tinha feito um show inteiro assim. “Foi um desafio muito grande, não sabíamos qual seria a reação das pessoas, mas o público adorou”, conta Morelenbaum, referindo-se às apresentações já feitas no Rio.

Porém, o que mais motivou a dupla foi o aval... do próprio Milton. “Ele foi assistir à nossa estreia no Rio. Fiquei emocionado – e também apreensivo, mas acho que ele gostou muito. Então, depois de ele ter assistido, tudo ficou mais fácil, fiquei mais relaxado. Agora, a gente quer que ele apareça de surpresa, de novo”, brinca.

Aos 61 anos, Morelenbaum conta que acompanha a carreira de Milton desde sempre. “Quando comecei a escutá-lo, nem imaginava que seria um profissional da música. Ele é uma grande referência para mim”, destaca o também arranjador, maestro, produtor e compositor.

Segundo Morelenbaum, a produção de um DVD deve ser o próximo passo do projeto. “Começamos a gravar e a registrar o show. Estamos pensando em gravar no estúdio e, quem sabe, voltar ao Inhotim para essa finalidade também”.

Jaques Morelenbaum e Zélia Duncan homenageiam Milton Nascimento – Sábado e domingo, 15h, palco Magic Square/ Inhotim. Ingresso R$ 40 (inteira)

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