Azeredo atribui pena a cenário político e diz estar triste

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
27/04/2018 às 17:15.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:34
 (Roosewelt Pinheiro/ABr)

(Roosewelt Pinheiro/ABr)

Mesmo após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ter mantido, na última terça-feira, a condenação a 20 anos e um mês de prisão, no processo conhecido como “Mensalão Tucano”, o ex-governador Eduardo Azeredo mantém a esperança de reverter o quadro, e, segundo ele,  provar sua inocência.

O ex-senador é acusado de desvio de recursos para a campanha eleitoral em 1998, quando concorreu à reeleição ao governo do Estado. 

Enquanto aguarda a defesa apresentar os recursos, Azeredo afirmou ao Hoje em Dia, que não concorda com o resultado do julgamento, sob o argumento de  que não há embasamento para a decisão do Tribunal. 

“Considero que foi injusta a condenação. O resultado (do julgamento) de 3 a 2, mostra que não é uma questão clara, nem mesmo para a Justiça. Não existe nenhuma prova contundente, nem documental, nem testemunhal contra mim”. 
Para o ex-governador, os recentes escândalos de corrupção envolvendo políticos em todo o país é outro fator que vem influenciando no entendimento dos magistrados sobre o seu processo. 

“Os imbróglios no julgamento e a manutenção da condenação são mais um fruto dessa confusão do país, desse cenário político conturbado”, diz. 

Temor de ser preso 
O insucesso no julgamento do recurso em segunda instância, apreciado na última semana foi mais um baque para Azeredo. 

Os advogados do ex-governador tem até a próxima segunda-feira  para apresentar mais  um recurso, e tem a opção de pedir embargos declaratórios no próprio Tribunal, que, apesar de dar mais tempo à defesa, não tem a prerrogativa de reverter a condenação. 

O ex-governador também pode apresentar recursos em tribunais superiores. 

Em relação ao imbróglio judicial, que se arrasta desde 2015, quando foi condenado em primeira instância, e a possibilidade de ser preso, Azeredo admite o incômodo, mas afirma que ainda crê em um desfecho positivo para o caso. 
“Vamos aguardar. Evidentemente que estou triste, mas estou otimista em relação aos próximos passos do processo”. 

Mais um
Azeredo foi o primeiro réu a ser condenado pelo mensalão tucano. Na semana passada, Eduardo Guedes, ex-secretário-adjunto de Comunicação do governo de Minas na época de Azeredo, também foi julgado e condenado, em primeira instância. Ele recebeu pena de 17 anos de reclusão.   A defesa de Guedes informou que opôs embargos de declaração à sentença. Os advogados sustentam que o adjunto não era titular da pasta e não tinha autonomia para liberar recursos. 

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