Bares trocam a cerveja pelo vinho e faturam alto em BH

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
06/09/2017 às 20:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:27
 ( Amanda de Mendonça/Divulgação)

( Amanda de Mendonça/Divulgação)

 O conceito de sair para tomar uma cerveja no boteco ganhou novo significado em Belo Horizonte. A capital dos bares acolhe, ano a ano, estabelecimentos cujo protagonismo não é mais a cevada, mas o vinho. A ideia é a inclusão da bebida em ambientes informais em que o jantar é substituído pelo tira-gosto.

O Cabernet Butiquim, que fica na Savassi, ampliou o espaço para atender à demanda. Inaugurado há pouco mais de dois anos, em março de 2015, o sucesso foi tanto que os proprietários alugaram a loja ao lado e dobraram o tamanho do salão.

Ao entrar em operação, a casa tinha capacidade para atender a pouco mais de 50 pessoas sentadas. Hoje, cabem no local 100 clientes. Desde a abertura da loja, a demanda aumentou em mais de dez vezes.

“Eu trabalhava com vinhos há uma década, e percebia que faltava esse espaço na cidade, que trazia o universo do boteco para o mundo do vinho. E a gente percebeu que tinha essa demanda das pessoas interessadas em tomar vinho dessa forma. A proposta da casa é de tirar essa coisa formal de consumir vinho”, explica o sócio Pablo Teixeira, que divide o comando com a irmã, Maria Cláudia Teixeira.

Ele conta que abriu espaço no cardápio para petiscos tradicionais dos bares mineiros, como a carne de sol, a linguiça, o peixe frito e a mandioca.
No Cabernet Butiquim é possível encontrar rótulos de vários cantos do mundo, mas os que têm mais saída são os argentinos e chilenos, que apresentam boa relação de preço e qualidade.

Já no Mon Caviste a proposta é semelhante, mas há a mistura de espaço para happy hour e também um salão para jantar. O restaurante trabalha apenas com vinhos da França, e a proposta é desmistificar o senso comum de que vinho francês, para ser bom, tem que ser caro.

O Mon Caviste trabalha também com a venda de vinhos em lojas próprias, distribuídas por três shoppings centers da capital. Segundo o proprietário, Felipe Lins, os valores praticados no restaurante são os mesmos da venda à varejo, por isso o preço fica mais atrativo. Outro diferencial é uma máquina que armazena garrafas abertas da bebida. Por isso, há sempre ao menos dez variedades de vinhos para serem comercializados em taças.

A primeira loja foi aberta há três anos. As outras duas, em 2015, e o restaurante começou a funcionar no ano passado. “ O preço do vinho na loja e no restaurante é o mesmo. Começamos a receber muitos clientes novos, buscando esse perfil, de happy hour, migrando dos espetinhos para tomar um vinho”, explica Lins.

De acordo com o proprietário do Mon Caviste, a proposta era trabalhar com um pouco mais de liberdade, o que o shopping às vezes não proporciona. Consequentemente, a demanda pelo espaço de vinhos também foi sofrendo mudanças.

“No restaurante, começamos a receber clientes que saíam de casa para tomar um vinho, em um bar de vinhos tradicionalmente francês. Mas, como o mineiro tem o costume de sair de casa para comer, então, aos poucos, tivemos que transformar o bar em restaurante”, explica Lins.

“Ao invés de falar ‘Vamos tomar uma cerveja’, nós falamos ‘Vamos tomar um vinho’, com a mesma leveza de sentar num boteco para uma cachaça, ou uma cerveja”Pablo TeixeiraSócio-proprietário do Cabernet Butiquim
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