Brasil avança na escolaridade de negros e pardos

Do Hoje em Dia
29/11/2012 às 06:32.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:50

Pesquisa divulgada na quarta-feira (28) mostra que o Brasil avançou, nos últimos dez anos, em relação à escolaridade das pessoas classificadas pelo IBGE como pretas e pardas. Os pesquisadores descobriram que 35,8% dos negros e mulatos brasileiros com idades entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior, contra 10,2% em 2001.

Esse avanço não significa, porém, uma redução da disparidade deles com o grupo mais privilegiado da população, formado pelos brancos. Pois, nesses dez anos, aumentou também o percentual de jovens brancos em cursos superiores. Subiu de 39,6%, em 2001, para 65,7% no ano passado. Ou seja, enquanto aquele grupo teve aumento de 25,6 pontos percentuais, o grupo dos brancos cresceu 26,1.

Um dado mais positivo nessa pesquisa do IBGE é a constatação de que diminuiu, entre todos os jovens de 15 a 17 anos, o atraso escolar. Esse atraso é verificado levando-se em conta a idade do estudante e a série em que ele está matriculado. Em 2001, apenas 37,3% estavam na série certa para a sua idade. O percentual subiu para 51,8% no ano passado.

Considerando-se, porém, os 20% mais pobres dessa faixa etária, o progresso é menos animador. O percentual passou de 13% para 36,8%. E mais uma vez, o avanço foi menor entre os negros e mulatos mais pobres. Eles apresentaram em 2011 um indicador inferior aos dos brancos em 2001. Os dados deixam claro que, se o Brasil quer diminuir a desigualdade entre os grupos étnicos, precisa investir mais na ascensão de negros e mulatos, o que ocorre principalmente quando se facilita para eles o acesso à educação, desde os primeiros anos de vida.
Nesse aspecto, a pesquisa registra também progresso. No ano passado, 20,8% das crianças até três anos de idade tinham acesso a creches e a pré-escolas. Entre crianças de quatro e cinco anos, passava dos 77%. Dez anos antes, os percentuais ficavam, respectivamente, em 10,6% e 55%. Melhorias nessa área são importantes para o mercado de trabalho, cuja perspectiva é de falta de mão de obra. Com seus filhos matriculados em creches e pré-escolas, mais mulheres podem trabalhar fora do lar.

Quando se investe na educação de crianças e adolescentes, garante-se a progressiva erradicação do analfabetismo no Brasil. Em 2011, 8,6% dos brasileiros com mais de 15 anos de idade eram analfabetos. Mas, considerando-se os negros e mulatos nessa faixa etária, 11,8% deles não sabiam ler e escrever. Mais uma vez, um grupo em desvantagem.

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