Candidatos na disputa eleitoral à presidência da França aproveitaram o ataque desta quinta-feira (20) à noite na Avenida Champs-Élysées, em Paris, para defender suas posições, em uma tentativa de ganhar vantagem antes da votação do próximo domingo.
Os principais candidatos cancelaram eventos de campanha pública agendada para sexta-feira e em vez disso preferiram comentar o assunto, desencadeando uma disputa com o governo do presidente François Hollande, após alguns defenderem medidas radicais para conter as ondas de ataques terroristas que atingiram o país nos últimos anos.
Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Frente Nacional, pediu uma repressão abrangente. Ela defendeu que o governo bloqueie imediatamente as fronteiras da França e detenha ou deporte pessoas cujos nomes aparecem nas listas de vigilância do terror do país. Se eleita presidente, Le Pen disse que irá apertar as regras sobre imigração, refugiados e cidadania francesa. "As guerras são conquistadas apenas com consistência e coerência. A guerra implacável que devemos travar contra o islamismo não escapa a este princípio", disse.
O primeiro-ministro Bernard Cazeneuve rejeitou a insinuação de Le Pen de uma ligação entre a imigração e o ataque, que foi realizado por um cidadão francês, Karim Cheurfi. "Le Pen está tentando transformar esse ataque em uma oportunidade eleitoral medíocre", disse Cazeneuve.
O conservador François Fillon fez eco às palavras de Le Pen, prometendo contratar mais policiais e carcereiros e tirar a nacionalidade de indivíduos ligados a organizações terroristas. "Alguns parecem não ter entendido totalmente a extensão do mal contra o qual pretendo lutar com um punho de ferro", disse.
Já o centrista Emmanuel Macron, um ex-ministro da Economia de 39 anos, deu um tom diferente, pedindo que os eleitores não sejam influenciados pelo medo do terrorismo. "Fundamentalmente, o alvo é democracia, nossa coesão", disse.
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