Canecão Mineiro e a tragédia insepulta em Belo Horizonte

Do Hoje em Dia
31/01/2013 às 06:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:30

No dia seguinte à tragédia da boate Kiss, no município gaúcho de Santa Maria, que matou 235 pessoas e feriu mais 143 que foram internadas em hospitais do município e de Porto Alegre, lembramos aqui um caso parecido, o do Canecão Mineiro, em Belo Horizonte. Ele ocorreu em novembro de 2001. Sete pessoas morreram e 197 ficaram feridas. E o que aconteceu com os culpados e com as famílias das vítimas que recorreram à Justiça pedindo indenização?

Na manhã de quarta-feira (30), um portal de notícias, o G1, publicou respostas a essa questão. E elas devem frustrar milhares de pessoas que saíram às ruas de Santa Maria, em passeata, clamando por justiça. Se o que esperam é punição rigorosa dos culpados e justa reparação às vítimas indefesas, o precedente mineiro é bastante desalentador.

A polícia e o Ministério Público do Rio Grande do Sul, com ajuda da Polícia Federal, continuam apurando as causas da tragédia na boate Kiss. Já descobriram várias irregularidades e descumprimentos da lei. Muitas delas guardam semelhança com o que foi apurado na tragédia do Canecão Mineiro e que constaram da denúncia apresentada pelo Ministério Público à Justiça, em meados de 2002. O julgamento em primeira instância foi rápido, tendo em vista a lentidão do Judiciário. Em 2004, sete pessoas foram condenadas por homicídio culposo: o empresário da banda, dois músicos, dois promotores do show, o dono do Canecão Mineiro e um irmão dele.

Todos deveriam cumprir quatro anos de prisão em regime aberto. Mas continuaram em liberdade, pois os advogados recorreram ao Tribunal de Justiça. Quatro anos depois, as penas foram transformadas em prestação de serviços comunitários, por um tempo variando de 18 meses a três anos.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por