‘Como Treinar o Seu Dragão 2’ estreia nesta quinta nos cinemas

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
18/06/2014 às 07:59.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:03
 (DREAMWORKS)

(DREAMWORKS)

Para a criançada, a diversão está garantida. Já os pais menos avisados se surpreenderão com uma animação travestida de filme político em “Como Treinar o Seu Dragão 2”, uma das estreias desta quinta-feira (19) nos cinemas. 


Complexo ao oferecer muitas camadas de interpretação, o que não é comum em desenhos, o filme do estúdio Dreamworks chama a atenção ao repassar vários aspectos históricos da relação do homem com o poder.


Alguns deles podem muito bem ser analisados sob o prisma da geopolítica internacional de hoje, como a eterna disputa territorial e étnica entre israelenses e palestinos ou a busca de uma solução violenta para conflitos.


HEGEMONIA


A história de “Como Treinar seu Dragão 2” está calcada, assim como na produção original de 2010, em mostrar justificativas que se perdem ao longo dos anos, restando apenas o sentimento de ódio e temor.


Os vikings do clã do garoto Soluço já convivem pacificamente com os dragões, mas outras tribos não só mantêm essa rivalidade como usam os seres para reforçar a sua hegemonia, entre eles Drago, o grande vilão dessa continuação.


Sem ser caricato ou extravagante, Drago é um dos antagonistas mais densos da história da animação americana, oferecendo um tipo de crueldade que extrapola a vaidade pessoal para ganhar proporções reais, de subjugação de uma raça.


MESSIAS


O humor dos primeiros minutos vai gradativamente sendo substituído por cenas fortes de confronto e de quase desesperança diante de um Mal consciente dos danos que pode causar, lembrando-nos das árduas batalhas de “O Senhor dos Anéis”.


Não seria exagero dizer que Soluço é uma espécie de Messias, que desde a infância se sente diferente até perceber que sua missão é espalhar a paz e a compreensão entre os povos, chegando a sacrificar a sua própria vida em prol da tolerância.


A sua postura é sempre a do não embate, tentando a conciliação entre os extremos – o jovem viking encontra um humano (um proto-ecologista?) que protege os dragões evitando qualquer contato com os de sua espécie, por acreditar que não merecem confiança.


Há também aquele pequeno grupo que recebe ordens de Drago e caça dragões por medo. Além da visão do pai de Soluço, para quem não se deve intrometer em assuntos que estão além de sua fronteira.


 

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