O comércio intenso da avenida Antônio Pereira da Rocha, a principal de Santa Bárbara, indica que a pequena e hospitaleira cidade da Região Central do Estado mudou. Embora o clima acolhedor permaneça, o município de quase 28 mil habitantes vive um momento efervescência econômica motivada pelas mineradoras que se instalaram na região. Entre elas, AngloGold Ashanti, que produz ouro, e Vale e Samarco, no segmento de minério de ferro.
Na semana passada, o Hoje em Dia visitou a histórica Santa Bárbara para esta quinta matéria da série sobre cidades mineradoras, publicada aos domingos.
Atualmente, cerca de 400 empresas estão instaladas na cidade, segundo dados da Associação Comercial e Industrial da Cidade (Acisb) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-Santa Bárbara). De acordo com a gerente das instituições, Elisângela Helena Gonzaga Ribeiro, a maioria cresceu –ou até mesmo nasceu –em função da mineração. “Além de pessoas de fora virem para a região, a mão de obra local foi aproveitada, ampliando a renda da população”, diz.
Para desenvolver as empresas da cidade e aproximá-las das mineradoras, foi criada a Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Santa Bárbara (Adesb). A entidade, que tem participação das principais companhias que atuam na região e da Prefeitura, realiza uma série de ações para capacitar a população. Além de cursos gratuitos para interessados, a Adesb desenvolve projetos para orientar a gestão de empresas, de forma a capacitá-las para se tornarem fornecedoras das grandes companhias que atuam na região.
Ouro
E o comércio aproveita o período de ouro. “Quem tem comércio investiu para a loja ficar bonita. Quem não tinha, abriu”, afirma Cláudio Magalhães, o proprietário da loja de materiais de construção Celso Magalhães, que funciona há 46 anos na cidade.
No estabelecimento, bem decorado, são comercializados produtos finos de acabamento, que são os de maior saída. “Antes, as pessoas compravam o básico. Hoje, levam o que há de melhor”, comemora.
Na Ele e Ela Modas, as vendas estão aumentando a um ritmo de 15% ao ano. Segundo o proprietário da loja, Paulo Enrique, 40% do faturamento é reflexo das mineradoras.
“Todo mundo em Santa Bárbara tem pelo menos uma pessoa na família que trabalha nas mineradoras ou nas empreiteiras. Ou seja, toda família na cidade tem alguém com renda melhor”, diz.
O hotel Athens também colhe os frutos da mineração. A empresa atende as mineradoras e já prevê uma expansão em breve para se dedicar mais ao turismo.
Conforme afirma a administradora do hotel, Arlete Alvarenga, a fachada do hotel será restaurada para se adequar ao perfil dos turistas. “Hoje, trabalhamos basicamente com pacotes fechados para grupos das mineradoras”, explica.