SÃO PAULO - A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, marcou a eleição para senadores e deputados no país para o próximo 27 de outubro, mesmo dia em que se lembram três anos da morte de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (1950-2010). A decisão foi tomada por decreto, divulgado nesta quinta-feira (9) pelo "Diário Oficial" argentino, com a assinatura de Cristina, do chefe de gabinete, Juan Manuel Abal Medina, e do ministro do Interior, Florencio Randazzo. Também foram definidas as datas das eleições primárias, em 11 de agosto.
No pleito de outubro, será renovada a metade dos membros da Câmara de Deputados e os senadores da cidade de Buenos Aires e de sete Províncias. Os senadores e deputados dos demais distritos eleitorais foram eleitos em outubro de 2011, mesma data do pleito presidencial.
A Frente para a Vitória, divisão do peronismo encabeçada por Cristina, é a principal favorita para o pleito, que contará pela primeira vez com o voto de adolescentes de 16 e 17 anos. A medida foi aprovada no ano passado e é interpretada pela oposição como uma forma de a presidente ganhar mais poder.
O uso de referências a Néstor Kirchner, morto em 2010 após um ataque cardíaco, é uma das marcas do governo de Cristina. A presidente costuma se referir ao marido como "ele", em um tom messiânico.
Escolas, avenidas, centros comunitários e outras instalações receberam o nome do ex-mandatário como demonstração de apoio de prefeitos e governadores aliados ao governo nacional.
Desde a morte do marido, Cristina só aparece em público com roupas pretas.