Depois da China, o Chile decidiu retirar a suspensão total à importação da carne brasileira, mas manteve a proibição da entrada de produtos dos 21 frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. A informação foi divulgada neste sábado pelo Serviço Agrícola e Pecuarista do Chile. O país havia anunciado a suspensão temporária à importação de carne do Brasil até que fossem prestados esclarecimentos sobre o caso. Depois dos dois países, o Egito também anunciou a a a reabertura para a importação de carne do Brasil.
O órgão do Chile justificou que a decisão foi tomada após ter recebido explicações do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil em resposta ao pedido de informações detalhadas sobre as investigações da Polícia Federal. O Chile informou que poderá suspender as importações de qualquer outro estabelecimento que apareça posteriormente nas investigações.
Mais cedo, o Ministério da Agricultura havia chegado a anunciar a “reabertura total do mercado de carnes brasileiras” pela China.
O Egito havia imposto a proibição até que as autoridades brasileiras fornecessem esclarecimentos considerados satisfatórios. O Ministério da Agricultura egípcio declarou reconhecer a qualidade da carne brasileira após exames feitos por três diferentes órgãos governamentais.
Pelo menos 19 países e a União Europeia suspenderam total ou parcialmente as importações de carnes brasileiras após o anúncio da Operação Carne Fraca. Outros quatro países, entre eles os Estados Unidos, reforçaram o controle sanitário para entrada do produto brasileiro.
As investigações da PF apontam a existência de esquema criminoso que envolve empresários do agronegócio e fiscais agropecuários que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo.
Recall de três frigoríficos
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que é vinculada ao Ministério da Justiça, já havia determinado, na última sexta-feira (dia 24), um recall nas carnes dos frigoríficos Souza Ramos, Transmeat e Peccin, que estão entre os investigados pela operação. Eles têm o prazo de 5 dias para começar a recolher os produtos. Segundo a Senacon, o consumidor deve ser reembolsado caso devolva os produtos nos pontos de vendas de todo o país.
Grandes redes de supermercado já estavam retirando das prateleiras produtos fabricados pelos frigoríficos interditados pelo governo federal para blindar os clientes do risco de aquisição de itens contaminados.