Dia de finados movimentado nos cemitérios de BH

Tatiana Lagôa
portal@hojeemdia.com.br
02/11/2017 às 13:35.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:31
 (Pedro Gontijo/Hoje em Dia)

(Pedro Gontijo/Hoje em Dia)

Os cemitérios de Belo Horizonte amanheceram lotados neste dia de finados (2). No Bonfim, um dos mais tradicionais da capital, as centenas de pessoas que foram homenagear seus entes queridos se misturavam com outras dezenas que aproveitaram o momento para lucrar.

Os chamados “garrafeiros” (informais que se oferecem para lavar os túmulos) competem com os zeladores oficiais a atenção dos potenciais “clientes”. “Essa é nossa chance de ganhar dinheiro”, conta Kauã, de 14 anos, que trabalha limpando túmulos há dois anos.  

Logo na entrada do cemitério, planos de assistência funerária, salgados, refrigerantes e pipocas são vendidos ao som de uma orquestra. Sem contar o tradicional comércio de flores usadas para ornamentar os túmulos. Ao mesmo tempo, crianças brincam com os balões distribuídos também na porta do Bonfim fechando o cenário da visita ao local que é, para muitos, um evento familiar.

“No Brasil tudo vira farra”, critica Almir Mansur, de 58 anos. Todos os anos ele e a mãe Stella Mansur, de 83 anos, vão ao cemitério para homenagear o irmão, falecido ainda na infância, primos e tios. “Nossa família é de origem árabe e tem uma outra relação com a morte. Respeitamos muito aqueles que se foram”, conta.

Com a experiência de alguém que já passou por muitas perdas, inclusive do filho de 4 anos, dona Stella, conta que se mantem ligada aos seus familiares mortos. “A gente perpetua a memória dos que se foram. Mantemos os laços com as almas por meio das nossas orações”, explica.

E ela não estava sozinha. Segundo informações da Fundação de Parques Municipais, passarão nos quatro cemitérios públicos 100 mil pessoas ao longo do dia. Apenas no Bonfim serão 20 mil.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por