Atraso no pagamento de condomínio chega a 10% em Belo Horizonte

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
19/02/2014 às 07:49.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:07
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Moradores de edifícios de Belo Horizonte estão enfrentando mais dificuldades para pagar a taxa de condomínio. O nível médio de inadimplência subiu para 10,33% no ano passado, ante 9,89% em 2012. O registro de atrasos de mais de 30 dias foi ainda pior nos meses de fevereiro (11,48%) e dezembro (11,61%) do ano passado.

O levantamento da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), divulgado ontem, levou em consideração cerca de mil condomínios residenciais e comerciais da capital.

“A inadimplência está crescente, e uma das razões é a própria economia brasileira, com a alta dos juros, inflação e diminuição do poder aquisitivo da população”, diz o vice-presidente da área das Administradoras de Condomínios da CMI/Secovi-MG, Leonardo Mota.

Outro motivo para a inadimplência, apontado pelo especialista, é a retração do mercado imobiliário, com queda no volume de vendas de apartamentos novos e aumento dos estoques em 2013.

“Muitos investidores que compraram imóveis na planta, com o esfriamento do mercado, não estão conseguindo realizar o lucro e, consequentemente, repassar adiante para a taxa de condomínio. Outra saída é financiar o restante do imóvel. Mas o acesso ao crédito também está mais difícil. Assim, não recebem as chaves e não pagam condomínio. A construtora, por sua vez, entende que o erro é do investidor. E aí cria-se o impasse”, explica Mota.

Segundo ele, em alguns prédios recém-entregues o nível de inadimplentes chega a 50%. “Geralmente, essa situação leva entre seis meses e um ano para ser ajustada”, afirma. E engana-se quem pensa que o problema é restrito a edifícios voltados para a baixa renda. “Isso ocorre com mais frequência em empreendimentos maiores, com muitos apartamentos, independentemente da classe social”, ressalta.

Reajuste de 10%

A CMI/Secovi-MG também avaliou os reajustes das taxas de condomínio no ano passado e encontrou um percentual médio de 10%. No entanto, alguns edifícios que estavam com defasagem ou inadimplência elevada chegaram a reajustar o valor em até 30%.

Em relação ao valor das taxas de condomínios, segundo pesquisa da CMI/Secovi-MG e Ipead/UFMG em janeiro deste ano, moradores de imóveis populares de um quarto pagaram, em média, R$ 76,25. Já nos apartamentos de luxo, com quatro quartos e mais de dois banheiros, a média mensal foi superior a R$ 956.
 

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