comida pesa no bolso

Comer fora de casa ficou 34% mais caro em Minas em 2022, diz pesquisa

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
Publicado em 07/07/2022 às 07:44.
Paulo não abre mão de comida diversificada. Para não pagar R$ 40 pela refeição, trocou o restaurante habitual por outro, onde paga R$ 30 (Hermano Chiodi/Hoje em Dia)

Paulo não abre mão de comida diversificada. Para não pagar R$ 40 pela refeição, trocou o restaurante habitual por outro, onde paga R$ 30 (Hermano Chiodi/Hoje em Dia)

Quem precisa se alimentar fora de casa está gastando sola de sapato para encontrar preços melhores. Em Minas, comer em restaurantes encareceu 34% em relação ao período pré-pandemia. No Brasil, o aumento foi de 17,4% entre 2020 e 2022, mostra pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira de Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). 

Em Belo Horizonte, o preço médio de uma refeição fora de casa é hoje de R$ 36,83, abaixo da média nacional, R$ 40,64. Cifra que já faz consumidores como Paulo Malaquias buscarem alternativas para conseguir refeições de qualidade sem sacrificar tanto o orçamento.

“Para mim, fazer lanche não era uma opção. Valorizo uma alimentação diversificada e com qualidade, mas para isso a gente teve que andar bastante até encontrar um restaurante com um preço melhor”, conta.

Paulo trabalha em uma seguradora na região central de BH. No restaurante em que estava habituado a almoçar, chegou a pagar R$ 40 por um almoço. Por isso, saiu em busca de outras opções. “Onde almoço hoje gasto R$ 30, sem abrir mão da praticidade de fazer a refeição em um restaurante”, diz.

Praticidade também é o que faz Gláucia Dias manter a opção de se alimentar fora de casa, ao invés de levar comida pronta para o trabalho. “Comer em restaurante é muito prático, sem contar que comprar alimentos em supermercados para preparar em casa também está muito caro”, afirma.

Já Leonardo Mattos optou pelo lanche e trocou o almoço completo por uma coxinha e café. “Faço isso pelo preço, mas sei que não é a melhor alternativa. Sempre que o dinheiro dá, prefiro o arroz com feijão”, diz.

Jéssica Srour, diretora-executiva da ABBT, que coordenou a pesquisa, explica que o aumento vai muito além da vontade dos donos dos restaurantes e inclui custos como gás de cozinha, combustíveis e fretes, que são o que mais impacta o preço. “Além disso, muitos restaurantes resolveram priorizar o delivery, o que também pode ter influenciado no preço”, explica. 

Exceções

Mas nem todos os restaurantes reajustaram as tabelas. O estabelecimento de Vitória Zaidan, no bairro Prado, ainda vende o prato por R$ 15,90, para tentar agradar a clientela e não perder vendas. 

Mas, segundo a proprietária, não vai dar para continuar assim por muito tempo. “Já estamos refazendo nossos preços e modelos de venda. Os valores que estamos recebendo dos nossos fornecedores estão proibitivos”, comenta. 

Vitória conta que, antes da pandemia, tinha dois estabelecimentos. Um deles fechou durante a pandemia, por causa de custos com o aluguel. O que continuou aberto é o sustento da casa. 

Vitória teme perder clientes com o reajuste dos preços, mas diz que não tem como evitar. “Nós custamos para atravessar a pandemia. E agora, logo em seguida, a gente é pego por essa inflação. É impossível manter preços antigos”.

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