Muito mais que tira-gosto

Comida di Buteco é aposta de bares e restaurantes em BH para turbinar o caixa após baque da pandemia

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
09/04/2022 às 06:30.
Atualizado em 09/04/2022 às 08:27
Concorrendo com o prato 'Amo Ela', o Villa da Chef, no Coração Eucarístico, pretende se tornar mais conhecido em BH com o Comida di Buteco (Fernando Michel)

Concorrendo com o prato 'Amo Ela', o Villa da Chef, no Coração Eucarístico, pretende se tornar mais conhecido em BH com o Comida di Buteco (Fernando Michel)

Iniciado oficialmente nesta sexta-feira (8), o concurso Comida di Buteco traz muito mais do que festa, comida e bebida. É um negócio que movimenta alguns milhões de reais e gera milhares de empregos nas cidades onde é realizado, dentre elas Belo Horizonte, onde o festival nasceu no ano 2000. 

De acordo com os organizadores, só na capital mineira, o concurso provocou um aumento de 20% na contratação de mão-de-obra empregada nos bares participantes. Além disso, estima-se um aumento médio de 30% no faturamento de cada estabelecimento participante, além de ganhos em toda a cadeia de valor.

“Nosso levantamento com os participantes indicam um movimento extra de R$ 250 milhões na cadeia de valor, que inclui produtos comercializados, pessoal e mídia espontânea para os estabelecimentos”, afirma Filipe Pereira, diretor de Operações do Comida di Buteco. O valor estimado se refere a todas as edições do festival, que este ano acontece em 21 circuitos diferentes, entre eles BH, São Paulo e Rio de Janeiro. “As pessoas não têm ideia da cadeia de valor envolvida para garantir que um petisco chegue até a mesa dela em um bar”, resume.

O incremento nos investimentos e nas receitas é confirmado por André Palhares, do Café Palhares, autor do prato vencedor da edição de 2021, em Belo Horizonte. Segundo ele, a edição deste ano pode ser considerado um marco, após as dificuldades do abre e fecha da pandemia nos últimos dois anos. Segundo ele, “Todos os anos fazemos uma reforma, investimos para receber os clientes extras. É pintura, decoração, concepção do prato, tempo. A expectativa de retorno é boa”, disse.

O público esperado este ano em Belo Horizonte é de 1 milhão de pessoas. “É um bom negócio para os bares e para as cidades. Este ano, são aguardados 100 mil turistas em visita aos estabelecimentos participantes”, diz Filipe Pereira.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas (Abrasel-MG), Matheus Daniel, lembra que “além de aquecer a economia, o festival é um espaço para novos estabelecimentos se destacarem ao público e ajuda o mercado a se recuperar”, disse. Segundo ele, dois terços dos estabelecimentos da capital ainda operam no prejuízo. O festival é um ponto de partida para a recuperação.

É a mesma opinião de Paulo César Pedrosa, presidente do SindhBares, que representa os proprietários de bares na capital. Segundo ele, “são 30 dias de movimento grande, marcados pela geração de empregos que, mesmo sendo uma quantidade limitada de bares, beneficia todo o setor”, afirma.

Na capital mineira serão 90 estabelecimentos participantes, todos com o preço fixo de R$27 para o prato inscrito. O festival vai até o dia 8 de maio. No final, os vencedores de cada cidade participarão de uma rodada nacional, quando será escolhido o melhor petisco de buteco do Brasil. 

Vitrine

As empresárias Rachel Dutra e Cláudia Dall Agnoll, do bar Vila da Chef, investiram R$50 mil reais no estabelecimento para deixá-lo pronto para o festival Comida di Buteco. Elas são um exemplo de otimismo e de quem quer utilizar o momento como marco para retomar o crescimento pós-pandemia.

O estabelecimento, que traz para o festival o prato “Amo Ela” (moela cozida no molho de vinho), pretende utilizar o evento para se tornar mais conhecido do público. Segundo Rachel Dutra, “durante a pandemia nós tivemos uma queda de 70% no movimento, não fechamos, pois tínhamos uma estrutura de delivery que já funcionava bem. Agora investimos para o Comida di Buteco na expectativa de retorno em vendas e, principalmente, visibilidade e marketing”.

Segundo ela, o investimento já deu retorno. “Recebemos aqui nesta semana, antes mesmo de o festival começar, um grupo de influencers digitais que nos visitaram e já renderam um aumento da nossa participação nas redes sociais”, conta.

De acordo com a organização do Comida di Buteco, o festival alcança 4 milhões de pessoas e atinge 13 milhões de pessoas nas redes sociais do evento.

Filipe Pereira, diretor de Operações do festival, também destaca a presença das pessoas nos bares. “Nosso negócio é no bar, é presencial e, neste ano, com a retomada do evento presencial, trabalhamos com uma expectativa de que o festival seja 50% maior do que em 2021, quando aconteceu no formato híbrido”, afirmou.

Nascido em Belo Horizonte, o festival Comida di Buteco se espalhou por várias cidades do Brasil e ganhou aspectos de festival nacional, com 21 circuitos no país. O evento acontece há 22 anos e só deixou de ser realizado em 2020, por causa da pandemia. 

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