Inflação em queda

Copom mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano: freio no ciclo de 18 altas seguidas

Da Redação
Publicado em 21/09/2022 às 18:56.
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

(Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A queda da inflação fez o Banco Central (BC) interromper o ciclo de alta dos juros após um ano e meio de reajustes seguidos. Por 7 votos a 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a primeira pausa nas elevações após 12 altas consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano passado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Análise
Para Paulo Casaca, economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), é "insuficiente e obscuro o debate sobre a política econômica pelos candidatos à Presidência. O cenário econômico para 2023 será muito desafiador e as discussões têm sido, na melhor das hipóteses, bastante superficiais".

Para ele, após um ano e meio, chega ao fim o maior ciclo de alta da Selic. A taxa subiu, ao todo, 11,75 pontos percentuais neste período. "Esse ciclo se deu em função de uma série de eventos adversos, que elevaram a inflação substancialmente: pandemia, guerra na Ucrânia, instabilidade política, alta nos preços de alimentos, combustíveis e energia elétrica são alguns exemplos", pontua Casaca.
  
A manutenção da Selic, segundo o economista, está diretamente ligada à retração na inflação. "Ainda que às custas de uma Emenda Constitucional que, entre outras medidas, desonerou o ICMS dos combustíveis e da energia elétrica e deixará uma dívida vultosa para ser paga nos próximos anos", avalia.

Apesar disso, Paulo Casaca destaca que a retomada das atividades do setor de serviços tem sido importante para estimular a atividade econômica. A projeção atual é de que o PIB crescerá 2,65% este ano, segundo o Boletim Focus. "É pouco, mas poderia ser pior", afirma.

* Com Agência Brasil

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por