ECONOMIA

Desemprego cai pelo 7º trimestre seguido em Minas, mas 648 mil pessoas ainda procuram trabalho

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
01/03/2023 às 07:24.
Atualizado em 01/03/2023 às 08:55
 (Divulgação)

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O desemprego caiu em Minas em 2022 e encerrou o ano em 5,9%, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (28). Foi o sétimo trimestre consecutivo de queda nos índices de desemprego. Atualmente, 648 mil pessoas seguem procurando uma colocação em Minas. 

No cenário nacional, o desemprego também apresentou recuo e encerrou o ano em 9,3%, bem abaixo da média nacional. Um indicativo de que o país caminha para curar os efeitos da pandemia de Covid-19, pelo menos na área de economia.

Resultados para comemorar, mas que mostram um processo ainda inicial com concentração de vagas novas no setor informal, destaca Hélio Berni, professor de economia do Ibmec. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas bateu recorde em 2022 e chegou ao patamar de 14,9% da mão de obra ocupada no país; 12,9 milhões de pessoas estavam nesta condição no ano passado, o maior patamar da série histórica segundo o instituto.

“A geração de vagas sem carteira assinada é um movimento normal em momentos de recuperação e não é uma novidade no Brasil”, afirmou o professor. Segundo ele, é preciso entender esse processo e olhar para a realidade do mercado de trabalho brasileiro, que tem uma legislação rígida e custo tributário alto aos empregadores. 

Ainda assim, o professor destaca que o emprego informal é melhor do que o desemprego, mas que indica um mercado de trabalho com gerações. “Ainda que seja informal, garante renda para o trabalhador e sua família e é isso que é o importante”, destaca.

Um dos destaques do IBGE entre as vagas sem carteira ficou por conta do aumento de trabalhadores domésticos em 2022, que teve alta de 12,2% em 2022, alcançando 5,8 milhões de pessoas, enquanto o de empregadores atingiu o contingente de 4,2 milhões, também um crescimento de 12,2% em relação a 2021. Já os trabalhadores por conta própria totalizaram 25,5 milhões, alta de 2,6% na passagem de 2021 para 2022.

Salários menores
A renda média salarial do trabalhador brasileiro apresentou queda de 1% e ficou em R$ 2.715 no fim do ano. Em dez anos, entre 2012 e 2022, o rendimento médio dos brasileiros cresceu apenas 1,3%, segundo o IBGE.

Longe do pleno emprego
De forma geral, os resultados são bons, mas ainda é cedo para desenhar cenários muito otimistas para o curto prazo, destaca Hélio Berni. Segundo ele, a continuidade da retomada de empregos vai depender das ações do governo em relação à taxa básica de juros e controle dos gastos públicos.

“Ainda há muito ruído nos caminhos que o governo irá adotar. Se houver o compromisso do governo com a diminuição do déficit nas contas públicas e política monetária, o mercado de trabalho deve responder bem”, avalia.

E mesmo que a economia caminhe da melhor forma, ainda é cedo para pensar na retomada de um cenário de “pleno emprego”, como houve em 2014, quando o país chegou a bater em um mínimo mensal de 4,3%, de acordo com dados mensais do IBGE.

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