Perto de casa

Natal aquece venda do comércio de bairro e lojas fazem esforço até a última hora

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
24/12/2022 às 08:00.
Atualizado em 24/12/2022 às 08:02
 (Hermano Chiodi)

(Hermano Chiodi)

O Natal chegou e as lojas de bairros também lucram com a data e se preparam para atrair o consumidor no último dia antes das tradicionais trocas de presentes. O caminho é laçar aquele consumidor que, por praticidade ou preferência, faz as compras perto de casa. 

Consumidores como Conceição Regina, de 62 anos, moradora da capital. “Compro sempre perto de casa ou do trabalho. Faz uns 15 anos que não vou ao Centro de Belo Horizonte para comprar alguma coisa”, conta.

Ela não é a única: 77% dos brasileiros preferem fazer as compras no comércio próximo de casa, segundo dados da pesquisa “Impactos da Mobilidade Urbana no Varejo”, conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, com dados do primeiro semestre deste ano. 

Outra pesquisa, realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), indica que 30% dos moradores da capital iriam fazer suas compras natalinas nos comércios de rua e 24,3% usam a localização da loja como critério de escolha.

A atração desse público é a aposta de espaços como o Alphaville Centro Comercial, no bairro Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima, na Grande BH. O empreendimento criou uma campanha voltada ao “compre local” para fortalecer vendas de fim de ano e espera incremento de 15% a 20% nas vendas de Natal em relação ao mesmo período do ano passado.

O diretor-presidente da Associação Alphaville Lagoa dos Ingleses Centros Comercias, Roberto Menta, afirma que quem compra dos comerciantes locais, seja na simples compra de um pãozinho na padaria ou de uma caneta na papelaria, contribui com um setor que gera 52% dos empregos com carteira assinada no país, e que equivale a mais de 17 milhões de postos de trabalho, segundo dados do Caged. 

“Essa é uma forma inquestionável de incentivar o empreendedorismo e fazer com que o dinheiro fique na cidade, no bairro. Além disso, usufruir dos serviços da vizinhança evita deslocamentos de carro, promove a economia com gastos de transporte, diminui o trânsito das cidades e promove o encontro de velhos amigos e vizinhos do entorno, que podem se confraternizar até mesmo nos locais de compra. O comércio local deixa tudo mais humanizado”, completa.

Atendimento é o diferencial
Miriam Sichel, dona da floricultura Atelier da Terra, que fica no centro comercial do Alphaville, garante que o atendimento personalizado é o grande trunfo do comércio local.

“Dedicação, carinho, amor, gentileza, são vários os fatores que corroboram para nosso comércio. Eu, por exemplo, não cobro frete para entregas próximas da loja, e isso faz diferença na decisão dos clientes em comprar aqui ao invés de irem para os grandes shoppings”, avalia.

Corredor de lojas
O bairro Padre Eustáquio, Noroeste de BH, é conhecido pela quantidade e variedade de lojas. Quem mora na região encontra praticamente tudo que precisa.

A comerciante Delorme Salomão Assa, de 44 anos, usufrui do corredor comercial da rua Padre Eustáquio duplamente: como cliente e comerciante. “Compro tudo aqui no bairro e tenho clientes que pensam da mesma forma”, diz a dona da Closet Dê, há oito anos funcionando no bairro.

Dê, como é mais conhecida, acredita que a compra no comércio local oferece mais praticidade, muitas vezes não exige tirar o carro da garagem e é mais fácil em caso de necessidade de troca. Ela está apostando em um bom movimento neste sábado, porque muita gente deixa as compras para a última hora.

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