TURISMO

Preço de voos faz mineiros desistirem de viagens longas e aquece turismo local

Jader Xavier
jsbarbosa@hojeemdia.com.br
Publicado em 16/07/2022 às 06:00.
Ana Cristina Gontijo, de 30 anos, planeja viajar para a Serra do Cipó, a 98 km de BH (Arquivo pessoal)

Ana Cristina Gontijo, de 30 anos, planeja viajar para a Serra do Cipó, a 98 km de BH (Arquivo pessoal)

Famílias mineiras estão escolhendo passar as férias de julho em hospedagens perto de casa para fugir dos altos gastos com viagens longas. Hotéis e pousadas registraram um aumento médio na procura de 30% este mês, em comparação com o mesmo período do ano passado.

“A procura foi muito grande nessas férias de julho. Todos os destinos (na Grande BH) estão comemorando a alta das vendas e no número de hospedagens. Houve essa mudança devido ao preço das viagens aéreas, o que fez as famílias optarem por destinos para onde se possa ir de ônibus ou carro”, diz o vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (Abav - MG), Alexandre Brandão.

Para se ter uma ideia, os voos domésticos partindo de Confins ficaram 136% mais caros só neste ano, segundo levantamento da plataforma de comparação de preços Kayak.

A estudante Ana Cristina Gontijo, de 30 anos, mora em Belo Horizonte e planeja passar uns dias na Serra do Cipó, a 98 km da capital. “Busco hospedagens mais em conta, e que não sejam tão inferiores, estruturalmente falando. Tem umas que cabem bem no orçamento”, diz. Mas faz um alerta: “Muitas pousadas têm o mesmo valor de sair do Estado, senão mais caro”.

A psicóloga Erika Mesquita juntou toda a família e está hospedada em um hotel-fazenda em Juatuba, na região metropolitana, onde ficará por quatro dias. “Agora é minha primeira opção. Pretendo voltar sempre”, diz. 

Dona do Vila Campana Hotel & Bem-Estar, em Juatuba, Kenya Diniz afirma estar recebendo muitos hóspedes da capital mineira, a exemplo de Érika. A taxa de ocupação atual é de 66%, 11% a mais que no mês passado. “Acredito que as pessoas estão evitando aeroportos, viagens mais longas. E ainda estamos na pandemia. Já um hotel-fazenda tem muito espaço, e ao ar livre”.

‘ESQUENTA’ EM JUNHO

Junho já havia mostrado um aquecimento no setor. Segundo dados da agência online de viagens Zarpo, as reservas tiveram um aumento de 72% em comparação com maio. “Todos os nossos hotéis, num raio de até 150 km de BH, estão otimistas agora em função do mês passado já ter sido bom, com uma demanda maior”, afirma o diretor executivo da Associação Mineira de Hotéis de Lazer (Amihla), Alexandre Santos. 

Com base nos números pré-férias, “os hotéis se prepararam muito”, diz Santos. De acordo com ele, havia uma percepção de que as pessoas evitariam locais fechados, e por isso foi preciso realizar uma “transformação” em vários espaços. “Quartos, de maneira geral, foram reestilizados, repensados e decorados. Os hotéis fizeram adaptações e reformas para que oferecessem ambientes mais abertos e arejados”.

Segundo Santos, os gastos com as mudanças não foram repassados para o consumidor na maior parte dos casos, justamente para manter a competitividade e a atratividade dos empreendimentos. “Quem reajustou foi diante de uma necessidade realmente inevitável, e, mesmo assim, em uma proporção menor que os demais segmentos. Não houve repasse total de custo”. 

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