Um a cada cinco jovens mineiros é "nem-nem", que nem trabalha nem estuda

Da Redação com Estadão Conteúdo
portal@hojeemdia.com.br
02/12/2016 às 12:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:54

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 20,2% dos jovens mineiros de 15 a 29 anos não estuda e nem trabalha. Isto significa que um em cada cinco pessoas nesta faixa etária faz parte da geração conhecida como "nem-nem". O número é inferior ao nacional, que chega a 22,5%. 

O levantamento é baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Pnad 2015, divulgado nesta sexta-feira (2). O IBGE revelou que no Estado o percentual dos jovens que não estudam, não trabalham e nem procuram emprego é de 11,8%. Ainda neste grupo, 88,8% das mulheres e 52,4% dos homens cuidam dos afazeres domésticos em Minas. 

Crescimento

O número de jovens "nem-nem" cresceu no país. De um ano para o outro, a proporção dos chamados "nem nem" cresceu 2,5 pontos percentuais em relação a 2014 (20%) e 2,8 frente a 2005 (19,7%). O grupo de 18 a 24 anos apresentou o maior porcentual em 2015: 27,4%.

"É quase um quarto dos jovens, e os números mostram que o percentual dos 'nem nem nem' não varia mesmo em cenários diferentes", aponta a analista do IBGE Luanda Botelho, referindo-se ao fato de que os "nem nem nem" terem representado 12,8% dos jovens em 2005. "No caso dos `nem nem', a piora do mercado de trabalho influenciou o resultado. Quando a economia piora, os jovens são os mais afetados e os que mais demoram a se recuperar."

'Donos de casa'

Por conta da maternidade e da maior dedicação a afazeres domésticos, o porcentual de mulheres não estudantes e inativas em 2015 era quase o dobro do que o de homens: 29,8%, contra 15,4%. Em 2005, estas proporções eram 28,1% e 11,1%. Da população feminina de todas as faixas que não trabalhavam nem estudavam, 91,6% ocupava-se das tarefas da casa, incluindo aí os cuidados com os filhos.

Quando se comparam homens e mulheres que trabalham fora, a persistência da sobrecarga sobre elas quanto às atividades domésticas é evidenciada pelos dados do IBGE. De 2005 a 2015, o número de horas semanais que os homens gastaram com esse tipo de atividade não se alterou: ficou em 10 horas. Já entre as mulheres o dispêndio de tempo é o dobro disso, e, somada à jornada de trabalho fora, a jornada total semanal feminina é em média cinco horas maior do que a masculina.

Pesquisa

A Síntese é feita pelo IBGE desde 1998. Esta edição utilizou números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 e do Censo de 2010, entre outras publicações, e trouxe dados relativos a demografia, famílias, educação, trabalho, distribuição de renda e domicílios. O objetivo da síntese é traçar um perfil das condições de vida da população. 

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