Social Selling

Vendas diretas já têm mais de 4,4 milhões de vendedores ativos em todo o país

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
14/02/2022 às 06:30.
Atualizado em 14/02/2022 às 09:26
EM CASA – Linha de produtos da empreendedora de vendas diretas Ângela Teixeira, de BH (Arquivo pessoal)

EM CASA – Linha de produtos da empreendedora de vendas diretas Ângela Teixeira, de BH (Arquivo pessoal)

O tipo de negócio chamado de “venda direta”– quando o vendedor vai até o comprador para oferecer seu produto, sem intermediação de lojas ou pontos de vendas – passou por uma transformação digital, conseguiu crescer mesmo em meio à pandemia de coronavírus e hoje responde por mais de 4,4 milhões de vendedores ativos em todo o país, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABVED). O faturamento supera US$ 8 bilhões de dólares ao ano (cerca de R$ 42 bilhões no câmbio de 11/2), estima a entidade.

O negócio se consolidou no Brasil através das grandes empresas de cosméticos, no modelo porta-a-porta, no qual o vendedor vai até a casa dos clientes. Mas esse formato está mudando e assumindo cada vez mais a apresentação de “social-selling”, ou seja, a venda através das redes sociais.

“Com o desemprego em 11,6% e a taxa de informalidade crescendo, sendo 38,6 milhões de trabalhadores informais no país, há muitas pessoas precisando de uma fonte de renda, extra ou não, e esse cenário conversa diretamente com as empresas que querem manter a atividade e a margem de lucro”, destaca a presidente executiva da ABEVD, Adriana Colloca.

A ABEVD tem estudos apontando que 20,6% das vendas do setor acontecem através da internet, 18% são pelo WhatsApp e outros 14,9% através das redes sociais. “O sonho de empreender está entre os quatro maiores do brasileiro, e a venda direta é um começo seguro, pois o empreendedor trabalha com marcas consolidadas no mercado”, diz Adriana Colloca.

A venda direta na internet foi a opção adotada pela empreendedora Ângela Teixeira, de Belo Horizonte. Ela criou uma linha de confeitaria só com produtos dietéticos. “Não tenho e não pretendo ter uma loja física. A ideia nasceu da necessidade de conforto e segurança para os meus clientes, sobretudo, em época de pandemia”, disse. “É só pedir e eu entrego em casa”, diz.

Entre suas estratégias está a divulgação em grupos dos bairros nos aplicativos de mensagem e redes sociais. Forma que ela usa para falar direto com o consumidor e entregar seus produtos sem intermediários.

Em todo o país, conforme a ABVED, os produtos de saúde e nutrição representam 3% dos negócios do setor. O ramo que lidera o ranking das “vendas diretas” é o de “cosméticos e cuidados pessoais”,com 52% das transações.

É nesse setor que a empreendedora Alana Gonçalves, de Belo Horizonte, resolveu investir. Ela começou a fazer venda direta de cosméticos em abril de 2021, como consultora. Atualmente, já se tornou líder na empresa que representa, coordenando outras 86 mulheres. “É muito difícil para algumas mulheres arcar com os custos de manter os filhos em creches ou pagar alguém para cuidar deles. Isso faz com que muitas deixem o mercado de trabalho, pois o que ganham não compensa os gastos que irão ter. Por isso, a renda das vendas de produtos se torna uma alternativa importante para muitas mulheres”, relata.

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