Eike diz em depoimento que repassou R$ 16,5 milhões a Cabral; delação ainda segue indefinida

Da redação*
31/01/2017 às 22:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:39

O empresário Eike Batista admitiu nesta terça (31), em depoimento à Polícia Federal, que repassou US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral. A informação foi divulgada na noite de ontem no blog de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”. O dinheiro envolvido, referente à falsa venda de uma mina de ouro, teria sido repassado pelos irmãos-doleiros Marcelo e Renato Chebar. A hipótese de uma possível delação de Eike ainda não foi definida.

Segundo o advogado do empresário, o criminalista Fernando Martins, “a princípio não há possibilidade de delação”. Ele fez a breve declaração ao chegar à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, acompanhando o cliente que depôs durante quatro horas.

O ex-controlador do Grupo EBX pode ter informado aos investigadores também sobre negócios na Petrobras – em especial, sobre a exploração do pré-sal e também dos campos de gás.

Martins informou que protocolou na segunda-feira um pedido de habeas corpus em favor do empresário, alvo da Operação Eficiência, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira.

Ele teve a prisão decretada depois que dois doleiros fizeram acordos de delação com a Operação “Lava Jato” no Rio e contaram que ele pagou US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador do Rio, que está preso.

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Conflito

Oito advogados que representavam Sérgio Cabral renunciaram da defesa do peemedebista alegando “conflito de interesses”. Os criminalistas também atuam na defesa do empresário Eike Batista. 

A defesa de Cabral era encabeçada pelos criminalistas Ary Bergher e Raphael Mattos, sócios do escritório Bergher & Mattos. Os dois representam Eike Batista em outros processos na Justiça, como a ação penal que tramita na 3ª Vara Federal Criminal do Rio. 

Nela, o fundador do grupo é acusado dos crimes de manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas (insider trading) na negociação de ações da empresa de construção naval do grupo, a OSX.

O peemedebista vinha conversando com seus advogados sobre a possibilidade de fechar um acordo de delação e havia fechado a troca de Ary Bergher pelo criminalista Sérgio Riera.

Riera foi responsável pela delação premiada na “Lava Jato” de Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos na Diretoria Internacional da Petrobras. À época, o advogado negou ter sido contratado por Cabral. Segundo ele, seu trabalho, atualmente, estava relacionado somente à defesa da ex-mulher de Cabral Susana Neves Cabral.

(*) Com agências

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