Artistas falam de Hermeto Pascoal, que completa 80 anos hoje

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
21/06/2016 às 17:27.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:59

Há exatos 80 anos, nascia na pequena cidade alagoana de Lagoa da Cana o homem que se tornaria uma das maiores referências da história da música brasileira. Foi ali no meio do sertão que Hermeto Pascoal aprendeu a ouvir os sons da natureza e compreendeu que isso poderia ser levado para a música feita no palco ou nos estúdios. 

Compositor que desperta admiração pelo talento e pelo carisma, Hermeto tem fãs confessos espalhados por todo o mundo. Como o músico Felipe José, que planeja um álbum com versões de peças da obra de Pascoal para crianças (de todas as idades, ele reforça). Um show referente a esse trabalho será realizado no dia 3 de julho, na Praça Floriano Peixoto, dentro da programação do Savassi Festival.

“Meu contato com a música de Hermeto ficou mais intenso depois que fiz uma oficina com Itiberê Zwarg, que é baixista do Hermeto há décadas. Fui convidado para tocar na Itiberê Orquestra Família, que propõe uma forma diferente de fazer música”, conta Felipe José, que também vai ministrar uma oficina sobre Pascoal no Festival de Inverno da UFMG. 

Foi nessa época que Felipe teve maior contato com o “Calendário do Som”, projeto em que Hermeto compôs 366 músicas ao longo de um ano – uma por dia. “Hermeto dizia que ouviu uma voz lhe contando que deveria compor uma música para cada habitante da Terra. Como não conseguiria, decidiu fazer uma composição para cada dia do ano, homenageando os aniversários”, lembra. 

Generosidade

Rose Pidner, conhecida produtora cultural de Belo Horizonte, é grande amiga do Bruxo. Tocando percussão, violão e cantando, ela fez parte da banda dele por cerca de três anos, na virada das décadas de 70 e 80. “Eu era casada com o baterista Nenê e viajávamos com o Hermeto. Um dia, ele chegou e me disse: ‘você está viajando com a banda, entra para o grupo também”, conta Rose, que participou da gravação do disco “Zabumbê-bum-á” e do disco ao vivo em Montreux. “Ele é uma pessoa muito generosa e querida, que conversa com todo mundo de coração aberto”, diz.

A música universal de Hermeto não tem público-alvo, atinge qualquer um que preze a criatividade. Na novíssima geração de músicos, há muitos interessados em mergulhar na obra do alagoano. “Tem muita gente atinada para a obra e para a liberdade que ela propõe. BH é um terreno muito propício para a influência de Hermeto”, diz o baixista Pedro Fonseca, de 20 anos, que aprendeu a gostar da música de Pascoal com os pais. 

Confira um dos vídeos mais incríveis de Hermeto Pascoal:

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