Capital recebe dois lançamentos sobre feminismo

Thais Oliveira - Hoje em Dia
17/03/2016 às 08:11.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:50

A palavra, quando redigida, passa a ter aspectos de documentação da história. Dada a força que possui, a escrita logo também tornou-se instrumento de luta por direitos igualitários. Dois livros serão lançados esta semana em BH unindo tais concepções: documentar e reivindicar.

De autoria da pesquisadora e professora Constância Lima Duarte, “Imprensa Feminina e Feminista: Século XIX” será lançado amanhã, às 19h, na livraria Quixote (rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi). Segundo a autora, a ideia de fazer o livro nasceu há 15 anos, quando iniciou uma busca pelas escritoras pioneiras do Brasil. No meio do processo, a surpresa: “descobri que os jornais foram os primeiros a divulgar o trabalho intelectual da mulher brasileira”.

A partir daí, a professora iniciou uma saga com o intuito de reunir os periódicos desenvolvidos no século 19 – quando saiu “O Espelho Diamantino” (1827), o primeiro jornal destinado ao público feminino que se tem notícia em terras tupiniquins. Ao todo, ela encontrou 143 títulos, de vários cantos do país, escritos tanto por homens quanto por mulheres, mas sempre com foco no sexo feminino.

Boa parte dessas publicações se preocupavam em reivindicar a igualdade de gêneros. “Alguns pleiteavam por direito à educação, ao trabalho e ao voto da mulher. Mas os jornais revelaram também que, ao tempo, tinham aqueles que as puxavam para baixo. Para esses últimos, a mulher podia estudar se fosse para melhor educar os filhos. É interessante perceber que contradições assim acontecem nas publicações até hoje”.

Ao fim, Constância percebeu a necessidade de desenvolver um segundo volume, com a história da imprensa feminina e feminista do século 20. Ela planeja o lançamento para 2017.

Luta

Aliando texto e imagem, “Nós, Madalenas – Uma Palavra pelo Feminismo”, de Maria Ribeiro, contará com duas noites de lançamento: nesta sexta-feira (18), no Odeon (rua Adamina, 125, Santa Tereza), às 20h, e sábado (19), também na Quixote, às 11h. O livro reúne cem registros em preto e branco de mulheres de todas as idades, cores, formas e contextos, e tem por objetivo questionar o padrão estético imposto pela sociedade.

Além das imagens – publicadas sem qualquer tipo de tratamento digital –, o livro traz relatos das participantes sobre suas experiências e lutas. As mulheres foram convidadas ainda a escolher uma palavra que remetesse à ideologia pregada por elas. A proposta, afirma a autora, é “inspirar outras a se libertarem e a se amarem”.

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