Eu sempre fiz questão de defender que a educação abre novas possibilidades de vida, transforma a história das pessoas, dá direção e estimula que sonhos sejam realizados. Porém, a educação tem que vir alicerçada de vários outros aspectos. Ela não é isolada, não age sozinha.
Educação pressupõe atenção, olhar o outro, troca de afeto e amor. Junto a isso tudo se soma a boa vontade para ser protagonista e não coadjuvante da sua própria história. É isso que acontece na Rede Cidadã.
Convidado a dar palestra num seminário de empreendedorismo que aconteceu durante toda a semana, pude conhecer um pouco mais do trabalho de vários “anônimos”, que dão voz a várias pessoas. Vi educadores se emocionarem, envolverem, torcerem pelo sucesso de jovens dos mais diversos cantos de BH e região.
Olhando aquele auditório, com 300 pessoas, entendi ainda mais que educação não deve jamais ser dissociada de esperança, sonhos, realizações, lutas constantes, evoluções. Mas, sobretudo, ela tem que estar diretamente ligada a referências, amor e experiência.
A Rede Cidadã é uma organização não governamental sem fins lucrativos que busca a transformação social por meio da integração entre vida e trabalho. Uma das primeiras organizações a investir no trabalho social em rede, desde 2002, a Rede Cidadã reúne sociedade civil, empresas, órgãos públicos e outras organizações sociais para trazer soluções em geração de trabalho e renda.
Em 2004, a Rede Cidadã criou a metodologia de Rede de Geração de Trabalho e Renda para jovens oriundos de famílias de baixa renda, tendo em vista que 2/3 da população economicamente ativa desempregada era constituída de jovens de 18 a 24 anos, impactando aproximadamente 18 milhões de jovens em todo o território nacional. A RGTR foi tão efetiva em seus resultados ao longo dos anos, que em 2011 foi reconhecida como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil e vem sendo replicada em dezenas de municípios onde a Rede Cidadã está presente. Em 2014, como reconhecimento por seu trabalho, Fernando Alves, fundador da Rede Cidadã, recebeu o Prêmio “Visionaris” de empreendedor social.
A Rede já inseriu mais de 50 mil pessoas no mercado de trabalho. E tudo isso faz sentido quando você vê uma turma de deficientes, alunos do programa Jovem Aprendiz, participando ativamente das atividades, sendo acolhidos com muito respeito pelos colegas e usando o seu direito de interagir, aprender, ensinar e crescer.
No último dia de atividades da semana de empreendedorismo, o palestrante David César, que nasceu com a síndrome rara denomiada Hanhart (no caso dele, dentre outras características, não tem os braços e as pernas), contou a sua história de vida, com muita alegria e cheia de ânino. Terminando a apresentação, um aluno, que tem deficiência intelectual e de fala, pediu para fazer uma homenagem e cantou a música “Conquistando o Impossível”. Contatos: www.redecidada.org.br e (31) 3290-8000