A boa notícia primeiro. “Sonic 2” supera – e muito – o primeiro filme, lançado há dois anos, trazendo novos ingredientes e corrigindo outros, especialmente no desenvolvimento do personagem principal, baseado num dos jogos eletrônicos mais populares da história.

No longa anterior, o ouriço azul alienígena era chato à beça, com um ser humano boboca (James Marsden) querendo cuidar dele como um filho – alguém se lembrou de “Alvin e os Esquilos”? As melhores cenas ficaram com Jim Carrey, no papel do vilão Robotnik.

Por falar em Carrey, essa é a má notícia. Robotnik tem seu arsenal de caretas e piadas reduzido, restrito ao início e ao fim do filme. Numa das melhores, ele está sozinho num planeta distante, com a companhia de uma pedra que tem um rosto pintado nela (referência a “Náufrago”).

A trama ganha mais em ação, com a entrada em cena de dois novos personagens, também alienígenas. Para quem conhece a trajetória de Sonic nos videogames, não terá dificuldades em adivinhar, já que segue algumas premissas dos jogos lançados na década de 1990.

Knuckles, um guerreiro que passa boa parte da história tentando destruir Sonic, e Tails, uma raposa inteligente, ajudam a ampliar o leque de personalidades e mensagens, com o primeiro evidenciando um lado mais bélico e o segundo – para deleite da criançada – muita fofura.

A fidelidade ao mundo dos games certamente agradará aos fãs, especialmente em relação à função de Sonic, que, como nos jogos, é uma espécie de super-herói. O filme, não por acaso, mostra o ouriço tentando, sem sucesso, virar um vigilante noturno, pegando criminosos de surpresa.