Comédia cheia de pecados: humorista Luiz Fernando Guimarães se desdobra em oito personagens

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
16/06/2016 às 17:54.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:55
 (Guga Melgar/Divulgação)

(Guga Melgar/Divulgação)

“O Brasil está dentro do salão de cabeleireiros”, brinca o ator e humorista Luiz Fernando Guimarães ao falar do espetáculo “O Impecável”, que traz à Belo Horizonte em três sessões no Teatro Bradesco.

Ambientado em um salão de beleza e inicialmente baseado em esquetes dos sete pecados capitais, o monólogo – assinado por Charles Möeller e Cláudio Botelho e dirigido por Marcus Alvis – apresenta oito personagens “com muitos vícios, poucas virtudes e ótimas histórias”, comenta Guimarães.

O texto é guiado pelo lado “politicamente incorreto” que todos têm em comum. Com uma carga de acidez ele mostra que tudo é apenas fachada. “Os funcionários não são gabaritados para exercer a função. Cada um carrega uma história fora daquele universo do esteticamente perfeito. E os pecados capitais estão diluídos em todos os personagens”, explica. 

O nome da peça aponta para o que une todos eles: “Estar impecável significa não apresentar defeitos e estar sempre bem”, elucida. Mas há também um outro sentido no título, já que impecável é um adjetivo que remete à incapacidade de pecar. “Sabemos que isso não corresponde ao que vivemos. Por isso se passa em um salão. Um espaço que conta com espelhos que ampliam os discursos”, frisa.

Ritmo
Sem parar um minuto em cena, o humorista dá vida aos oito personagens de cara limpa. E “corta um dobrado”, como mesmo diz, para dar conta de tudo. “Foi muito difícil. Mas foi bom, pois saí do que já conhecia que era a caracterização. Me desafiei. Tropecei muito nesse processo, mas encontrei o ritmo de cada personagem. O público os identifica pela postura e o trabalho de voz”.

Questionado sobre os limites do humor, ele avalia que “não existe (limite) no humor, mas cada humorista tem o seu”, lembrando que cortou partes da peça que achava excessivo. Ele também deixa claro o que não lhe agrada. “Quando o humor vira constrangimento ele perde sua função e essência. Não é mais humor. Isso é o que não pode acontecer”, acredita.

O ator se considera também um coautor do texto. “Enxuguei muita coisa e criei a interação entre os personagens”, justifica.

Conhecido por papeis na TV como o emblemático Rui da série “Os Normais”, que completa 15 anos este mês, o humorista não tem planos de voltar às telas. “Só vou pensar em algo após essa turnê. Mas tenho muita coisa na gaveta”, garante.

“O Impecável" – hoje e amanhã, às 21h, domingo, às 20h, no Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2244). Ingresso: R$ 60 e R$ 30 (meia)

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