Mais de 300 obras

Exposição inédita traz coleção de arte produzidas no Brasil durante o regime militar

“Política e Vanguarda (1964/85) na coleção Lili e João Avelar” será aberta no Museu Inimá de Paula no próximo dia 17

Da Redação
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Publicado em 11/04/2024 às 17:04.
Lute Censurado 1974, de Paulo Bruscky  (Divulgação)

Lute Censurado 1974, de Paulo Bruscky (Divulgação)

O Museu Inimá de Paula recebe, a partir da próxima quarta-feira (17), exposição inédita com cerca de 300 obras produzidas no Brasil durante o regime militar. “Política e Vanguarda (1964/85) na coleção Lili e João Avelar” é considerada a maior coleção de arte pop e política do país e será exposta pela primeira vez.

Desenhos, fotografias, pinturas e esculturas estão dentre as obras que poderão ser vistas pelo público até o dia 18 de agosto. Poderão ser agendadas visitas guiadas.

Os trabalhos revelam motivações políticas e sociais dos artistas e evidenciam profundas transformações de linguagens que deram origem a práticas experimentais e conceituais no Brasil. E apresentando um conjunto diversificado de obras e meios, o curador da exposição e colecionador, João Avelar, reuniu trabalhos que convergem na tomada de posição frente aos dilemas éticos e sociais contemporâneos, permitindo que o visitante compreenda as nuances e desdobramentos de questões estéticas centrais que marcaram as artes visuais de 1964 a 1985.

La Morte de Black Hawk, de Antônio Dias (Divulgação)

La Morte de Black Hawk, de Antônio Dias (Divulgação)

“É sobretudo nos anos 1960 e 1970 que testemunhamos uma recusa dos meios tradicionais da arte e de uma busca por referências ao mundo contemporâneo. Com obras marcadas por um caráter transgressivo e contestatório, a seleção apresentada na exposição lança luz sobre a arte como ferramenta de transformação e reflexo do mundo. Ao reunir este conjunto de experiências de vanguarda que emergiram durante o regime militar e apresentá-las de forma sistematizada, a exposição sublinha a originalidade da arte brasileira produzida nesse período e a coexistência de suas ‘múltiplas tendências’, para citar Oiticica”, enfatiza o curador, João Avelar.

O mineiro Décio Noviello terá um destaque especial na mostra, onde serão apresentadas pinturas, desenhos, gravuras, fotografias e vídeo, incluindo o registro de ação realizada na histórica exposição “Do Corpo à Terra”, de 1970, em Belo Horizonte, quando o artista, então capitão do exército, utilizou granadas de uso exclusivo pelas forças armadas, para “pintar” o Parque Municipal e o Palácio das Artes.

A experiência de artistas que foram presos políticos durante o regime é contemplada na exposição. Como exemplo, um conjunto de 30 desenhos feitos por Carlos Zílio em 1970/71, quando esteve preso no Rio de Janeiro, e dois desenhos de Sérgio Sister, também de 71, feitos no Presídio Tiradentes, em São Paulo.

As Professorinhas, de Rubens Gerchman (Divulgação)

As Professorinhas, de Rubens Gerchman (Divulgação)

Sobre a coleção

Considerada uma das coleções de arte brasileira mais importantes do país, com foco na segunda metade do século passado, o acervo de Lili e João Avelar conta com obras que participaram de exposições de relevância para a historiografia da arte brasileira e continuam em circulação em mostras institucionais de peso, dentro e fora do Brasil; é o caso, por exemplo, da coletiva International Pop, organizada pelo Walker Art Center (Minneapolis) e apresentada também no Dallas Museum of Art e no Philadelphia Museum of Art.

Serviço
“Política e Vanguarda (1964/85) na coleção Lili e João Avelar”

Data: de 17 de abril a 18 de agosto
Horário de visitação: 10h às 18h30 (terça, quarta, sexta e sábado), 12h às 20h30 (quinta) ou 10h às 16h30 (domingos e feriados)
Entrada Gratuita
Local: Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1201 - Centro - Belo Horizonte)

Visitas guiadas: agendamento pelo e-maileducativo@museuinimadepaula.org.br

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