Reeleição é sonho de 93% dos vereadores de BH

Giulia Mendes - Hoje em Dia
Publicado em 08/09/2015 às 06:45.Atualizado em 17/11/2021 às 01:40.
 (Luiz Costa)
(Luiz Costa)

De olho no pleito de 2016, os partidos já trabalham para eleger vereadores na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Levantamento feito pelo Hoje em Dia com os atuais 41 parlamentares mostra que 93% deles vão tentar se reeleger no ano que vem. Nos bastidores, contudo, a expectativa é a de que a renovação na Casa seja de 50%.

“Pelo menos 17 vereadores não devem ter votos suficientes para se reeleger e três devem partir para outros projetos”, afirma um vereador que pediu anonimato.

O professor Ronaldo Gontijo, presidente da Comissão de Legislação e Justiça na Câmara, à frente do Diretório Municipal do Partido Popular Socialista (PPS-BH), é um dos poucos vereadores que já diz que não irá disputar o cargo na Câmara, mas almeja a posição máxima do Executivo. “Estamos trabalhando para uma candidatura própria à Prefeitura de BH. De qualquer forma, não vou mais me candidatar a vereador, estou concentrado na organização partidária”, disse.

O médico Alexandre Gomes (PSB) diz que ainda não se decidiu, mas que tende a abandonar a política. “Estou na política há muitos anos, agora é hora de repensar minha vida. Ainda não tenho uma decisão, mas nunca abandonei a medicina e a tendência é a de que me dedique a ela no ano que vem”.

O partido deve perder em 2016 um segundo candidato, o vereador Daniel Nepomuceno, que também é presidente do Clube Atlético Mineiro. Nos corredores da Câmara, a informação que circula é a de que Nepomuceno tentará o cargo de prefeito de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A reportagem tentou contato com o vereador, que está licenciado da Câmara por motivos pessoais por 47 dias, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.

Para o secretário municipal de Serviços Urbanos e presidente do PSB em BH, Pier Senesi, a ideia é renovar a bancada e elevar o número de vereadores. “O PSB tem sido muito procurado por ser uma opção leve dentro de um cenário político com tantas rusgas. Acredito que teremos condições de lançar uma chapa competente, assim como nas eleições passadas”.

Sobre a saída dos dois parlamentares, ele afirma se tratar apenas de “especulação”. “Só vamos ter a definição das candidaturas no ano que vem”. Para a Prefeitura de BH, ele adianta somente que o partido certamente lançará “bons nomes”.

Movimentações já estão em curso nos bastidores; PT pode perder ao menos 3 vagas

As eleições municipais são apenas em 2016, mas a dança das cadeiras já começou. Apesar de não confirmar, Doutor Sandro (PROS) estaria de mudança para o PT, segundo parlamentares. Pedro Patrus (PT) avalia a decisão do colega como positiva. “É um bom nome, que tem grandes chances”.

Para um parlamentar, “a bancada do PT deve perder três lugares na Casa”. No entanto, Patrus garante que a legenda está se esforçando para ampliar a bancada ou pelo menos preservar os seis vereadores atuais.

Adriano Ventura (PT) acredita que o partido mantém a fidelização e os votos mesmo com a turbulência política e os desgastes com a presidente Dilma Rousseff e o governador Fernando Pimentel. “Se tivermos um nome concorrendo à prefeitura com boa atuação na chapa é possível aumentar a bancada. O partido já teve nove vereadores em BH”, lembrou.

Recém chegado no PSDB, Pablito (ex-PV) foi escolhido pelo partido como responsável pela organização da chapa para 2016. “As negociações já estão fechadas. Será mantida a candidatura dos quatro vereadores que hoje compõem a bancada”, ressaltou. Até julho, o PSDB contava apenas com Henrique Braga. Em julho, Pablito, Bim da Ambulância e Juninho Los Hermanos acertaram a ida para o palanque tucano.

“O processo de acolher vereadores que têm identificação com o PSDB se encerrou com o ingresso de Bim. Vamos terminar a legislatura com essa formação e pretendemos manter essa composição para o ano que vem”, diz o presidente do PSDB-BH, Reinaldo Costa.

João Oscar (PRP), Toninho Vila Pinho e Edinho do Açougue, do PTdoB, são nomes cotados para voltar à Câmara no ano que vem, preveem parlamentares.

ALÉM DISSO

Para o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Wellington Magalhães (PTN), escândalos políticos envolvendo partidos em âmbitos federal e estadual devem acirrar ainda mais a disputa na Casa. “Operação ‘Lava Jato’, crise política e todos esses acontecimentos respingam aqui. Certamente o pleito de 2016 será um dos mais disputados”.

Já o cientista político Oswaldo Dehon, professor da Faculdade Ibmec, avalia que a situação atual não deve influenciar a decisão do eleitor.

“Dificilmente as eleições municipais serão afetadas pela política nacional e estadual. Ao longo de toda história percebemos uma boa separação em relação a essas questões. Estarão em jogo aspectos administrativos que dizem respeito à prefeitura. Mas são diversas as variáveis que devem ser avaliadas. O eleitor tem uma leve dificuldade em identificar o que cada esfera do governo faz”.

Segundo Dehon, nas últimas eleições, apesar da movimentação nas redes sociais e dos pedidos de renovação dos nomes da Câmara Municipal de Belo Horizonte, muitos foram reeleitos. “É o caso do ex-presidente (Léo Burguês-PSL)”.

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