'Gilberto Gil, Aquele Abraço – O Musical' faz duas sessões no Palácio das Artes

Thais Oliveira
taoliveira@hojeemdia.com.br
25/08/2016 às 18:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:33
 (Eduardo Anizelli/Divulgação)

(Eduardo Anizelli/Divulgação)

Gustavo Gasparini já conhecia bem a obra de Gilberto Gil. Ainda assim, não era o bastante. “Tenho a maioria dos lançamentos dos discos e ouvi todos novamente. Li todas as letras, mais de 600. Acabei descobrindo muitos livros editados sobre ele, o que me surpreendeu. Para mim, foi como se estivesse debruçado numa peça de Shakespeare; a poesia de Gil é tão profunda quanto”, exalta. 

O levantamento foi necessário para a construção do espetáculo “Gilberto Gil, Aquele Abraço – O Musical”, em cartaz em Belo Horizonte neste sábado (27) e domingo (28), no Grande Teatro do Palácio das Artes. 

Autor e diretor da peça, Gasparini logo avisa: não se trata de um trabalho biográfico. “É mais uma homenagem”, pontua. “E uma reflexão sobre o mundo da gente”, acrescenta. O motivo é que, para ele, a produção de Gil não termina na música. “É um filósofo. Tem um pensamento por trás da obra dele”, afirma. 

Como uma exposição
A filosofia encontrada por Gasparini foi condensada na tríade “o poeta, a canção e o tempo”, que norteia o espetáculo. A montagem é ainda dividida em 11 blocos temáticos, que passam pela origem da carreira do artista, a fase da Tropicália e as questões da negritude, do amor, da religiosidade, da tecnologia, do futurismo e da linha “vida e morte” refletida por Gil. 

“O espetáculo é muito visual e faz com que o público se sinta numa exposição retrospectiva de um grande artista. É como se fossem salas nas quais estão quadros expostos de acordo com um assunto”, exemplifica.

Ao todo, 55 canções foram pinçadas por Gasparini para serem cantadas e mais de 30 serão usadas como falas. Entre as músicas, além de grandes sucessos, há algumas menos conhecidas como “Gaivota” e “Cálice” – a última mais famosa na voz de Chico Buarque, mas que se trata de uma composição em parceria com Gil.

Trabalho em equipe
No palco, oito atores/músicos. Todos eles trabalharam com Gasparini no musical “Samba Futebol Clube”, que rendeu 12 indicações aos prêmios Shell e Cesgranrio 2014, sete no Prêmio Reverência de Teatro e seis no 9º Prêmio APTR, entre outros. Além de cantar, os artistas tocam 39 instrumentos em cena. Eles ainda emprestaram ao texto relatos pessoais sobre a identificação que têm com a obra de Gil. 

O resultado, Gasparini coloca em sua lista dos mais ousados. “Gil inovou muito, então, não podia fazer uma dramaturgia conservadora”, afirma. O homenageado ainda não assistiu ao espetáculo, mas o mesmo já foi aprovado pelos filhos Bem e Nara e ainda por Caetano Veloso. “Caetano ficou emocionado; fez uma viagem no tempo”, diz o dramaturgo, com justificada alegria.

Consolidado como diretor de musical, Gasparini estreia hoje “A Garota de Ipanema – O Amor é Bossa”, no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, e prepara “Bem Sertanejo”, previsto para ser lançado em março de 2017. Ele ainda estará em “Ricardo III” como ator, interpretando 24 personagens, a partir de 2 de setembro, no Teatro Café Pequeno, também no Rio.

Serviço: “Gilberto Gil, Aquele Abraço – O Musical”, sábado (27), às 21h, e domingo (28), às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537). Plateias I e II: R$ 110 e R$ 55 (meia). Plateia superior: R$ 50 e R$ 25 (meia). Vendas: ingresso.com

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