Inhotim abre duas mostras inéditas a partir de 1º de outubro

Thaís Oliveira - Hoje em Dia
27/09/2015 às 08:59.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:52
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

O ineditismo está no DNA do Inhotim. Tanto que, mais uma vez, o Instituto coloca em exposição trabalhos nunca antes vistos no país. A partir de 1º de outubro, o museu e jardim botânico abre as portas logo com duas novidades: a videoinstalação “I Am Not Me, the Horse Is Not Mine”, do sul-africano William Kentridge, e a mostra “Do Objeto para o Mundo”. Na inauguração das exposições, haverá show da banda Bixiga 70 (às 15h, no Palco Magic Square).

“I Am Not Me, the Horse Is Not Mine” foi adquirida em 2008, contudo, ainda não tinha sido exibida no Brasil. Composta por oito projeções, a obra foi criada durante a produção da versão de Kentridge da ópera “O Nariz”, de Dmitri Shostakovich, para a Metropolitan Opera, em Nova York, e inspirada no conto homônimo de Nikolai Gogol.

O diretor artístico do Inhotim, Rodrigo Moura, 40 anos, destaca que foi necessário recriar o espaço do galpão no qual a videoinstalação será projetada. “Kentridge é um artista que vem trabalhando na relação entre o desenho e a imagem em movimento. Esta obra vai ficar num grande espaço expositivo e permitirá a imersão do telespectador.

Artistas renomados

Moura explica ainda que a novidade de “Do Objeto para o Mundo” reside no fato de reunir, em uma só galeria, o maior número de obras da história do Instituto – são 41 trabalhos de 27 artistas –, além de serem inéditas para o público do museu. A exposição já foi visitada por mais de 100 mil pessoas na Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte, e no Itaú Cultural, em São Paulo, e será instalada, em Inhotim, na Galeria Fonte.

“São obras que a gente considera como uma narrativa histórica da arte contemporânea, é uma genealogia de todo o trabalho do Inhotim, pois elas vêm desde o neoconcretismo brasileiro, no final dos anos 50, até os anos 70, ligados a performances e documentação de ações efêmeras de artistas”, afirma.

Entre as peças inéditas estão obras de Cildo Meireles (“Inserções em circuitos ideológicos: Projeto Coca-Cola”, 1970), Gordon Matta-Clark (“Coat Closet”, 1973), Hitoshi Nomura (“Tardiology”, 1968-1969), Jiro Takamatsu (“Photographs of photographs”, 1973), Marcel Broodthaers (“Lettre ouverte”, 1968-1970), Paul McCarthy (“Rocky”, 1976) e Robert Morris (“Untitled”, 1965-71). Artistas importantes, como os brasileiros Hélio Oiticica e Lygia Pape e o estrangeiro Chris Burden, também compõem o acervo.

Ambas as exposições são temporárias e ficarão em cartaz cerca de dois anos. Atualmente, a coleção Inhotim possui aproximadamente 800 obras, criadas desde os anos 1940 até os dias de hoje – deste total, 20% está em exibição.

A entrevista completa com o diretor artístico do Inhotim será publicada nesta segunda (28) no Página Dois. Em tempo: Moura é curador do museu desde a fundação (2006), jornalista especializado em crítica de arte, escritor e, recentemente, fez um filme com a artista Claudia Andujar.

Em julho, o Inhotim bateu o recorde de público mensal, com 57.385 pessoas, totalizando 2 milhões de visitantes

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