Luiz Paulino dos Santos: um veterano cheio de histórias em meio a iniciantes

a Julia Guimarães/Jornal Contramão ICA/UNA
29/01/2016 às 18:18.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:13
 (Reprodução/Youtube)

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O  roteirista  e  diretor  baiano,  Luiz  Paulino  dos Santos, está entre os destaques dos setes filmes escolhidos para a Mostra Aurora – espaço que prestigia iniciantes da 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes - com o documentário "Índios Zoró – Antes, Agora e Depois?".

Não que Paulino não tenha em seu currículo grandes filmes, mas por ter ficado muitos anos sem produzir algum, os curadores selecionaram sua nova obra para competir com outros diretores dessa nova geração, como as cariocas Julia De Simone e Aline Portugal, do filme "Aracati", e Lincoln Péricles, diretor de "Filme de Aborto".

Com mais de sessenta anos de carreira, o roteirista e diretor Luiz Paulino dos Santos tem muita história para contar sobre sua jornada, tanto no cinema quanto na vida pessoal. Nascido no interior da Bahia, em 1932, Santos foi criado por sua irmã mais velha, já que a mãe morreu logo após ele nascer. Foi  o  único  dentre  seus  irmãos  a  ser alfabetizado.

“Venho de uma família pobre, minha irmã comprou um ABC e me colocou na escola”, conta. Nunca quis ser médico ou doutor. “Passava a maior parte do meu tempo no cinema”, ressalta do diretor.

No início de sua carreira, mais precisamente em 1960, Luiz Paulino criou o roteiro e dirigiu o curta­metragem  “Um  dia  na rampa”,  filme  tombado  como Patrimônio  Audiovisual,  que  se passava na rampa do Mercado Modelo, em Salvador, e mostrava as idas e vindas  dos  homens  e  os relacionamentos  místicos  com  o  mar. Além  desse  curta, Santos possui  em  seu  currículo  projetos  como  Barravento (1962),  Mar  Corrente (1967),  Insônia (1980) e Crueldade Mortal, filme indicado ao Kikito de melhor filme no Festival de Cinema de Gramado em 1976.

19a Mostra de Cinema de Tiradentes

“Índios Zoró – Antes, Agora e Depois?”, exibe o retorno do diretor Paulino após trinta anos a tribo indígena dos Zoró. Os adultos de hoje, que eram as crianças que tomavam banho nos rios durante sua primeira visita e alegravam a tribo, agora estão evangelizados e muito da  sua  cultura  foi  modificada. “Eles  diziam  que  antes  estavam  perdidos  adorando  outros deuses que não existiam”, explica do Santos. “É um filme para nos fazer pensar no próximo, para pessoas do governo assistir e se conscientizar”, finaliza.

Assista à entrevista do diretor Luiz Paulino dos Santos na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

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