Margô Assis comemora 30 anos de carreira no palco

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
16/11/2016 às 17:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:41

“Cada novo trabalho é a continuação de montagens anteriores”, considera a coreógrafa e bailarina mineira Margô Assis, que estreia hoje o espetáculo “M”, dentro da programação do Fórum Internacional da Dança (FID).

A montagem propõe uma reflexão sobre a relação entre o corpo e a matéria. Além de ser um compilado das experiências que viveu ao longo de 30 anos de carreira – que comemora este ano. “Eu sempre gostei de provocar o meu corpo com coisas que ainda não conheço. Esse trabalho é um processo que iniciei há 30 anos. Uma espécie de síntese atualizada em um corpo de 50 anos”, comenta Margô.

A relação com os objetos intensificou após ela realizar dois trabalhos com o artista plástico Eugênio Pacelli. “Busco entender o que pede o material. E esse espetáculo tem o desejo de relacionar a imagem com referências no cinema, teatro e artes plásticas”, elucida.

O título “M” faz referência aos materiais, fio condutor das pesquisas, que na peça especificamente são 15 sacos de feno e duas torres de linóleo (tecido impermeável). O ‘M’ também remete a mulher, movimento, Margô... “Ao longo do trabalho fomos descobrindo os vários lugares dessa letra que também produz um som, e ressignificamos”, pontua.

Trajetória

O desenho do espetáculo e as referências na hora da pesquisa foram trazidas pelo cineasta e fotógrafo André Lage, que assina a direção da obra. “Há muito tempo não sou dirigida. Esse também é um espaço novo para mim. Está sendo uma experiência ótima. O André vem com a visão do ator na cena”, sublinha.

Margô, que iniciou sua trajetória na dança clássica, teve contato com a dança contemporânea por meio Dudude Herrmann, e depois disso passou a fazer trabalhos autorais. “Chega um momento que você percebe que seu corpo não cabe mais em determinada linguagem. E se reinventa”, frisa. 
Duas palavras que marcam suas três décadas da dança são gratidão e resistência. “Não cheguei sozinha aqui. Foi uma caminhada de muito compartilhamento, e por isso o sentimento de gratidão. Estrear um trabalho nesses tempos difíceis para a arte no Brasil é muito significativo”, considera. 

Serviço: “M”, com Margô Assis. Espaço Cultural Ambiente (rua Grão Pará, 185). Até 20/11. Quinta a sábado, às 21h, e domingo às, 20h. Ingresso: R$ 10 e R$ 5 (meia)

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