TEATRO

Mesmo com integrantes com Covid, Galpão garante apresentações de 'Nós' no fim de semana

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
27/06/2022 às 06:51.
Atualizado em 27/06/2022 às 11:05
Em "Nós", enquanto preparam a última sopa, sete pessoas partilham angústias, algumas esperanças e muitos nós (Guto Muniz/Divulgação)

Em "Nós", enquanto preparam a última sopa, sete pessoas partilham angústias, algumas esperanças e muitos nós (Guto Muniz/Divulgação)

Eduardo Moreira não tem dúvidas sobre a importância do teatro na sociedade. “Atestamos isso nesse momento em que ficamos apartados da vida social. O lugar do teatro é o do encontro,  para divertir ou refletir o momento que estamos vivenciando. O teatro faz isso de forma muito intensa, como nenhuma outra manifestação artística faz”, registra o ator, um dos fundadores do Galpão.

O grupo mineiro está de volta aos palcos de Belo Horizonte, após mais de dois anos buscando formas alternativas de comunicação com seu público. “É um momento muito significativo. Estamos muito felizes em apresentar três espetáculos importantes na trajetória do Galpão”, assinala Moreira, ao olhar para uma história que completa, em novembro, quatro décadas de atividades.

Num misto entre a felicidade pelo retorno  das apresentações presenciais e a celebração dos 40 anos, o Galpão escolheu “Till, a Saga de um Herói Torto”, lançado em 2009, para abrir a temporada especial,  no último final de semana, mas o fato de alguns integrantes terem testado positivo para Covid levou ao cancelamento das sesões, no teatro do Minas Tênis Clube.

O próximo será “Nós”, de 2016, e, de acordo com a produção, deverá ganhar o palco do do MTC, com sessões de quinta (30) a domingo (3). Depois será a vez de “De Tempos Somos” (2017), a penúltima peça encenada pelo Galpão - a derradeira foi "Outros", dirigida por Marcio Abreu e apresentada em 2018 

“Escolhemos dois espetáculos com direções internas – Julio Maciel à frente de  ‘Nós’ e Lydia Del Picchia e Simone Ordones,  com ‘De Tempos Somos’ – e uma terceira que é mais performática. O público terá um painel bem interessante da diversidade estética e de temas que o Galpão traz, num momento que estamos pesquisando muito o teatro de Brecht”, assinala Moreira.

Com as três peças, pretendem fazer uma programação extensa de apresentações pelo interior de Minas Gerais e por outros estados. “Estamos reconectando com essa coisa da circulação, que é uma característica muito marcante do Galpão. Vamos incluir regiões que estão alijadas do circuito cultural, como a Serra da Canastra”, adianta.

O ator afirma que, a princípio, o grupo não irá buscar mais peças do repertório, já que a proposta é lançar um espetáculo no próximo ano, baseado em texto do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Dessa forma, obras aclamadas como “Romeu e Julieta” (1992), “Um Molière Imaginário” (1997) e “Tio Vânia (Aos que Vierem Depois de Nós)” (2011) não devem ser remontadas.

Moreira explica que outro norte para a escolha do trio de peças é a simplicidade dos cenários. Uma estrutura mais complexa exige mais custos de transporte. Com “Till”, a solução foi retirar os cenários, o que resultou, segundo ele, em uma nova leitura do espetáculo. “É muito desafiador, porque exige uma série de soluções na maneira de fazer por parte dos atores”, destaca.

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