Quando o público não pode ir até a arte, por quê não levar a arte até o público? Por conta das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o setor cultural foi um dos que mais sofreu com a queda de visitações nos mais diversos espaços em Belo Horizonte. Em meio ao desafio, o museu Inimá de Paula, na região Centro-Sul da capital, que está com a visita de grupos de estudantes suspensas, decidiu inverter o processo e levar a arte diretamente para as escolas.

Em pouco mais de três meses de visitas, o projeto alcançou 30% do público atingido nos dez anos anteriores. "Com essa retomada na pandemia, sentimos falta do contato com as crianças. Não sabíamos se ia dar certo ou como seríamos recebidos, mas conseguimos as autorizações, pegamos os materiais e fomos adiante", explica Vitor Camarano, coordenador educativo do museu Inimá de Paula.

Segundo ele, o projeto atende estudantes de todas as faixas etárias, desde a educação infantil, passando por escolas especiais e chegando à Educação de Jovens e Adultos (EJA). O tema das conversas sempre parte da história do museu, explicando a arte feita por Inimá e provocando a interação com o visitante.

Com o avanço das flexibilizações na cidade, em maio, as visitas presenciais de grupos escolares ao museu serão retomadas. Mas Camarano afirma que a ida às escolas será mantida.

"Quando estamos no museu, são turmas específicas com número de alunos definidos. Indo às escolas, a abrangência é muito maior, e essa forma de levar a arte é mais democrática porque conversamos com muitas turmas diariamente, sempre adaptando o conteúdo à idade deles", afirma. "A recepção foi surpreendente, as crianças são até mais participativas, conseguem interagir mais com a gente", completa.

A professora Sueli Pires, da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) São Vicente, aprovou a iniciativa, e garantiu que vai incentivar a turma a ir além dessa atividade quando o assunto é arte.

"Vi que eles estavam muito atentos, percebendo tudo, tanto que depois da apresentação vamos fazer um registro do trabalho em sala. E nós sempre reforçamos para eles pedirem aos pais que levem a família ao museu", ressalta.

"Eu gostei muito, tinha bonecos, pinturas coloridas, e ainda ganhamos um lanche", conta o pequeno Isaac, de 5 anos. "O que eu mais gostei foram as cores, porque gosto de colorir e vi que os desenhos também eram muito coloridos", completou Ana Maria, da mesma turma.

O objetivo do museu é despertar em crianças e jovens o interesse pelas artes, a cultura e a consciência sobre a necessidade de valorização do patrimônio cultural. “A gente acredita que a arte transforma”, conclui Camarano.

O agendamento pelas escolas é feito diretamente pelo e-mail: educativo@museuinimadepaula.com.br